A atuação destacada do parlamentar foi premiada pelo júri especializado do Prêmio Congresso em Foco 2024: Paim foi escolhido como “Melhor Senador do Brasil”. Ficou em 4º lugar na votação dos jornalistas que cobrem o Congresso Nacional e entre os cinco senadores mais bem avaliados pelo voto popular. Também foi eleito na categoria “Melhor Senador da Região Sul”.
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O resultado foi anunciado na quinta-feira (29/8) durante a cerimônia de entrega da premiação mais importante da política brasileira. Ao falar sobre o prêmio, Paim enfatizou o reconhecimento das causas que defendeu por toda vida. “Não honrou a mim, honrou as causas que eu defendo, as causas do povo brasileiro. Neste momento de tanto ataque à democracia – nós que somos apaixonados pela democracia –, eles entenderam como um senador negro atua nesse mundo tão amplo das políticas humanitárias. Às vezes a gente pega, a gente chora, a gente vai para casa triste, não dorme; no outro dia vem, às vezes tem uma vitória; enfim, faz parte da democracia. Mas, mesmo assim, ninguém inventou no mundo algo melhor que a democracia.”
O senador foi premiado pelo Congresso em Foco 38 vezes desde 2006, quando o prêmio foi criado.
Unanimidade no Congresso
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Paulo Paim é um dos homens mais admirados e respeitados na história do Congresso Nacional. Não é exagero. Reverenciado por políticos e eleitores dos mais diferentes espectros ideológicos, o senador vai completar 40 anos de atuação parlamentar ininterrupta: eleito deputado constituinte em 1986, foi reeleito deputado federal para mais três mandatos. No Senado, seu terceiro mandato se encerra em fevereiro de 2027. Ele já disse que será o último, e anunciou sua pré-aposentadoria. Um gigante que dedicou toda a vida para melhorar as condições de vida do povo brasileiro, especialmente dos mais vulneráveis, desprezados, vilipendiados. Um defensor aguerrido dos direitos dos trabalhadores do campo e da cidade, e de todas as minorias políticas.
Nos últimos 16 anos, 10 deles foram à frente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH). Por ser quem ele é, fez do colegiado o mais democrático do Senado. É ali que, verdadeiramente, o povo tem vez e voz. Em inúmeras audiências públicas, movimentos sociais, trabalhadores e excluídos podem expor suas realidades, demandas e reivindicações – sempre amparados pelo senador, atento às formas de solucionar os problemas.
Ciganos, refugiados, jovens, negros, feministas, quilombolas, indígenas, sem-teto, sem-terra, agricultores familiares, atingidos por barragens, sindicalistas, trabalhadores, pesquisadores, estudantes, professores, ambientalistas, pescadores, produtores… A todos Paim recebe com a mesma gentileza que se dirige aos seus pares no parlamento. “Temos o compromisso sim com os mais vulneráveis, combatendo todo tipo de preconceito, sem limite: os idosos, as crianças, adolescentes. O direito a um trabalho decente, à saúde, à educação”, declarou o senador durante reunião da CDH nesta segunda-feira (2/9).
Coerência na teoria e prática
O menino, que começou a trabalhar aos 8 anos vendendo fruta na feira, fez curso técnico no Senai ao mesmo tempo em que se formava no ginásio, virou metalúrgico, líder sindical e um dos maiores parlamentares desse país. Um menino negro que ouviu de seu professor na escola que ele não tinha o direito de sonhar. Um senador negro que aprovou uma das leis mais revolucionárias no combate ao racismo – a Lei de Cotas –, que mudou a cor da universidade pública no Brasil e garantiu à juventude negra seu legítimo lugar no ensino superior.
Paulo Paim é daquele tipo de gente que sabe de qual fibra foi forjado. Que não esquece de onde veio e sabe exatamente para onde vai. Que não veio a passeio. Coerente na teoria e na prática, é autor de mais de mil propostas de cunho social, humanitário, trabalhista e econômico. Viajou o Brasil inteiro para construir uma política permanente de valorização do salário mínimo, baseada na inflação mais PIB. Combateu firmemente a terceirização, o trabalho escravo e a retirada de direitos promovida pelas reformas trabalhistas e previdenciárias. Aprovou projetos que são divisores de águas na história do Brasil, como o Estatuto do Idoso, o Estatuto da Igualdade Racial, o Estatuto da Pessoa com Deficiência e o Estatuto da Juventude.
O legado de Paulo Paim é imenso, como sua alma generosa e seu compromisso verdadeiro com a luta por uma vida digna, plena e feliz para todos e todas. “É com o verbo esperançar que fazemos a nossa caminhada, e quanto mais caminhamos, mais compreendemos que sozinhos não vamos a lugar nenhum”, afirmou Paim.
Biografia
Paulo Paim nasceu em 1950, na cidade de Caxias do Sul, na serra gaúcha. Operário e líder sindical, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores em 1985. Exerce mandatos parlamentares conferidos pelo povo do Rio Grande do Sul desde 1986. Foi considerado o melhor senador do país pelo ranking do site Atlas Político, idealizado por dois doutores de Harvard, em 2016. Foi agraciado com o prêmio Mipad 2020, que seleciona os afrodescendentes mais influentes do mundo, com o apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). Paim obteve reconhecimento por sua atuação em defesa dos direitos humanos e pela luta contra todas as formas de discriminação, preconceito e racismo.