Partido dos Trabalhadores

Eleitor quer renovação política, mas está descrente

Debate promovido pela Carta Capital levou cientista político e poeta a discutir o perfil do eleitorado

O Brasil vive o mais longo período democrático de sua história. Os mais de 25 anos do exercício cívico do voto direto trouxeram para o País estabilidade política, que hoje demanda aprimoramento. “A democracia é um processo árduo, mas é o único sistema que pode ser melhorado”, acredita o poeta Nicolas Behr, durante o debate “Diálogos Capitais”, promovido pela revista Carta Capital
na quarta-feira (17), em Brasília.

O principal entrave para a renovação da política local é a forma como os representantes são eleitos. A disparidade entre o orçamento que os candidatos têm para gastar com as campanhas, cada vez mais caras e a dinâmica como os representantes são escolhidos dentro e fora dos partidos políticos foram apontados como as principais causas para a crise de representatividade do eleitorado.

A visão criminalizada que as pessoas têm da vida política também reflete do desinteresse pelo tema.  “Qualquer envolvimento político-partidário é uma conduta malvista pelas pessoas”, observou o cientista político e diretor do Instituto de Pesquisa FSB, Leonardo Barreto, que debateu com Behr e a repórter Cynara Menezes.

“Virou algo tão escuso que as pessoas não querem se misturar”, completou Behr. Para os palestrantes, a melhor forma de combater o descrédito na política é promovendo um amplo debate sobre a necessidade de uma reforma política e encorajar o processo de educação cívica, para que o eleitor seja cada vez mais interessado e bem-informado.

Por Flávia Umpierre, da Agencia PT de Notícias, com fotos de Sheyla Leal