Até o céu colaborou, e as estrelas puderam brilhar com toda a sua força na noite de sexta-feira (13) em Curitiba. O início da noite viu as ruas se encherem de luz durante ato na vigília Lula livre, nas imediações da Polícia Federal. Com lanternas e celulares, centenas de militantes refletiram a luz que emana do ex-presidente e mandaram a ele boas vibrações e mensagens de resistência ao som de “Para não dizer que não falei das flores.”
Neste momento, chegava ao acampamento a ex-ministra de mulheres Eleonora Menicucci, que participou de ato político. O ódio de classe que levou ao golpe que tirou do poder a presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff volta a mostrar sua face sombria na prisão política do ex-presidente Lula, avalia. “O golpe não fecharia sem a prisão de Lula. É isso que estamos vivendo. Porque a elite surta quando a favela entra na universidade”, disse em seu discurso no ato político realizado no Acampamento Lula Livre na noite dessa sexta-feira (13) em Curitiba.
“A elite surtou quando percebeu que Lula, que é o representante da luta de classes no País, só sobe nas pesquisas eleitorais”, afirmou Eleanora. Ela ressaltou a importância da mobilização popular em defesa de Lula. “Ontem estive em Jundiai no comitê de defesa da democracia e estava cheio. O que fazer agora? Não tem muita discussão nem reflexão, não. O que tem que fazer é ir para a rua, que é o lugar de quem trabalha e vive a batalha da sobrevivência “, disse.
Segundo Eleonora, a luta no Brasil tem três frentes: a luta de classes, a luta contra o patriarcado e a luta contra a escravidão. “Não demos conta ainda da escravidão no Brasil. Fingimos que acabou, mas quando começamos a tirar a escravidão de dentro de casa houve reação”, disse, referindo-se à ampliação dos direitos trabalhistas das empregadas domésticas.
Ela lembrou a criação da Secretaria de Políticas para Mulheres, em 2003. “Quando começamos, tínhamos orçamento de R$ 20 milhões; quando saí eram R$ 380 milhões. Lula representa esse pacto com as mulheres, mas também com LGBTs, indígenas, quilombolas”, disse.
Defender Lula é defender a democracia no Brasil, constata Eleonora. “Nós somos todos Lula porque Lula é a democracia e queremos democracia”, afirmou.
Eleonora lembrou o primeiro mês da execução de Marielle Franco, que será homenageada ao longo do dia de amanhã. “Estamos aqui representando os sonhos de dois gigantes: Lula e Marielle”,disse. Nesse momento, Eleonora se dirigiu ao presidente Lula. “Saiba que quem está falando aqui é a Baixinha, que você diz que gosta de rua. Digo a você : força companheiro! Estamos com você aqui e em todo o País e sairemos com você nos braços “, afirmou.
O ato político teve ainda a participação também do secretário de Relações Internacionais do PCdoB, José Reinaldo Carvalho. “Viemos trazer nossa solidariedade ao nosso presidente Lula, a maior liderança popular da história do nosso País”, disse.
Carvalho falou de resistência, união e luta. Segundo ele, uma das razões que levaram ao golpe em Dilma Rousseff e a prisão de Lula foi a política externa altaneira, de integração regional e com África e Ásia, com uma ação internacional de combate à fome.
“Nosso Comitê Internacional Lula Livre tem recebido centenas de mensagens defendendo a libertação de Lula, que é uma liderança mundial”, afirmou.
Da Redação da Agência PT de Notícias, de Curitiba