Cerca de 23 mil trabalhadores e trabalhadoras da geração, transmissão e distribuição de energia do sistema Eletrobras dos 26 estados do país mais o Distrito Federal (DF) fazem uma greve de advertência de 24 horas a partir da zero hora desta terça-feira (17), em protesto contra venda e desmonte da estatal promovidos pelo governo golpista e ilegítimo de Michel Temer (MDB-SP).
No Dia Nacional de Luta contra a Privatização do Sistema Eletrobras, a categoria reivindica ainda a saída do atual presidente da estatal, Wilson Ferreira Pinto Jr., que tem trabalhado para privatizar a empresa que concentra 31% da capacidade brasileira de geração de energia e é a 16ª maior companhia do mundo.
Segundo Nailor Gato, coordenador do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e presidente do Sindicato dos Urbanitários de Roraima (STIU–RO), os serviços essenciais serão mantidos para não prejudicar a população.
“Caso haja necessidade de um serviço de urgência e emergência, haverá um diálogo com o comando nacional da greve para verificar a demanda. Se for urgente mesmo, os serviços serão autorizados”, diz o dirigente.
Nailor afirma ainda que a categoria não quer prejudicar os usuários, já que o Dia Nacional de Luta é também em defesa da população, que pagará uma conta de energia ainda mais cara, caso a estatal seja privatizada.
Outra paralisação, mas de 48 horas, está marcada para o dia 26 de julho (quinta-feira) caso seja mantido o leilão das seis distribuidoras de energia das regiões Norte e Nordeste, que Temer quer vender por R$ 50 mil cada uma, além de assumir uma dívida de R$ 11 bilhões.
Acordo trabalhista
O pedido da Controladoria-Geral da União (CGU) de devolução de R$ 75 milhões das Participações no Lucro e Resultados (PLR), referentes aos anos de 2012 e 2013, e a suspensão do pagamento da PLR deste ano, considerados ilegais pela CGU, também são alvos de protesto da categoria.
“O PLR foi negociado no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Estamos acompanhando de perto essa situação. O CNE ainda não foi notificado, mas se for preciso temos como apresentar toda a documentação do que foi negociado entre as partes e o TST”, diz o presidente do Coletivo.
Para Nailor Gato, toda essa pressão em cima dos trabalhadores e trabalhadoras do Sistema é porque os golpistas não conseguiram ainda privatizar a Eletrobras.
Ele lemba que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), havia dito que não pautaria a privatização da Eletrobras, mas o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), não cumpriu o acordo firmado entre os trabalhadores e o Congresso e fez a leitura dos Projetos de Leis que permitem a entrega da Eletrobras e da Petrobras para o mercado internacional. “Com isso, as matérias podem ir para votação no plenário da Casa no dia 7 de agosto”, explica Nailor.
Por CUT