Partido dos Trabalhadores

Em 10 meses, ministérios de Bolsonaro acumulam corruptos e investigados

Bolsonaro mantém nos cargos três denunciados, dois investigados e um condenado; casos envolvem caixa dois, improbidade administrativa e desvio de recurso público

Alan Santos/PR

Jair Bolsonaro (PSL) foi eleito a partir de discursos em que prometia o combate à corrupção, porém, o que se vê agora é o contrário, visto que ele mantém nos cargos ministros investigados, denunciados e condenados em casos de corrupção como caixa dois, improbidade administrativa, desvio de recursos públicos e irregularidades em negócios com fundos de pensão. Ele mesmo, inclusive, se vê envolvido no Laranjal do PSL. A PF apreendeu uma planilha que indica que o esquema de corrupção abasteceu a campanha eleitoral de Bolsonaro em 2018.

De acordo com levantamento do UOL, dos 22 ministros do desgoverno Bolsonaro, seis enfrentam algum tipo de acusação ou investigação na Justiça. O mais recente e comprometedor é o caso do comandante da pasta do Turismo, responsável pelo esquema de candidaturas laranjas nas eleições. Mesmo com a repercussão dos casos, Bolsonaro escolheu protegê-los (e se proteger?) e não afastou nenhum dos ministros investigados.

Entenda os casos

 

1. Ministro do Turismo denunciado

Marcelo Álvaro Antônio foi denunciado pelo MP-MG por envolvimento no esquema de laranjas do seu partido, o mesmo de Jair Bolsonaro, o PSL. A investigação concluiu que o ministro do Turismo chefiou um esquema de desvio de recursos públicos de candidaturas femininas de fachada nas eleições de 2018. Depoimentos do ex-assessor e uma planilha sugerem que dinheiro de candidatas laranjas foi desviado via caixa dois para campanhas de Bolsonaro e do próprio ministro. Álvaro Antônio foi acusado dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa.

2. Ministro da Cidadania denunciado

O Ministério Público Federal ajuizou uma ação contra Osmar Terra, ministro da Cidadania, por improbidade administrativa. A ação aconteceu pela suspensão de um edital da Ancine para produções de audiovisual para emissoras de televisão públicas, causando até mesmo prejuízo aos cofres públicos com os processos em andamento. Essa foi considerada a primeira medida formal de censura no desgoverno Bolsonaro, já que a suspensão ocorreu seis dias depois de Jair ter se manifestado nas redes sociais sobre ser contra produções com temática LGBTQ+, motivando a suspensão por conta de discriminação contra projetos com essa temática.

3. Ministro da Saúde denunciado

Luiz Mandetta tem quatro processos que correm na Justiça. Três deles fazem parte de um mesmo caso: a implantação de um sistema de integração em saúde, quando o atual ministro da Saúde ainda era secretario municipal de saúde em Campo Grande. O MP acusa Mandetta de improbidade administrativa por fraudes na implantação do sistema denominado Gisa. O projeto custou mais de 8 milhões e o serviço nunca teria sido prestado para a população, além de ter sido marcado por favorecimentos e fraudes.

4. Ministro da Casa Civil investigado

Onyx Lorenzoni é alvo de investigação de caixa dois, com origem nos acordos de delação da JBS. Segundo delatores, o ministro de Bolsonaro teria recebido, via caixa dois, dois repasses: um de R$ 100 mil em 2014 e outro de R$ 100 mil em 2012. Inclusive, o ministro já admitiu o recebimento: “Onyx já admitiu em uma entrevista ter recebido R$ 100 mil da JBS em 2014 e pediu desculpas, afirmando que deveria ‘pagar pelo erro'”, segundo o UOL.

5. Ministro da Economia investigado

O posto Ipiranga de Bolsonaro, Paulo Guedes, é investigado pela operação Greenfield do MPF por irregularidades em negócios feitos por sua empresa com fundos de pensão patrocinados por estatais. O caso também é investigado pelo TCU (Tribunal de Contas da União).

6. Ministro do Meio Ambiente condenado

Ricardo Salles foi condenado por improbidade administrativa pela Justiça de São Paulo. Ele foi acusado de “cometer fraude na elaboração do plano de manejo da APA (Área de Proteção Ambiental) da Várzea do rio Tietê, com propósito de beneficiar empresas de mineração e filiadas à Fiesp”, de acordo com o UOL. Segundo o ministro do Meio Ambiente, Jair Bolsonaro concorda com sua atuação nesse caso e, para eles, o crime não teve como objetivo a vantagem pessoal.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do UOL