Dados do governo federal, obtidos no Portal da Transparência, indicam que o combate e enfrentamento à corrupção tem um vasto campo de atuação no Brasil. O volume de recursos é grande e está pulverizado em dezenas de milhares de empresas contratadas pela União.
As aplicações diretas federais somam, em 2014, R$ 1,4 trilhão, dos quais 13% se destinam a contratos formalizados por meio de diversas variações de licitações públicas.
O volume de dinheiro gasto pelo governo federal por meio dessas contratações e procedimentos aparentemente lícitos somam R$ 191,4 bilhões no presente ano. E aí não estão incluídas as despesas das estatais (como Petrobrás e outras, do setor elétrico), cuja ordem de grandeza nada deixam a dever ao Estado.
Só no governo Dilma Rousseff, esse volume engordou em mais de R$ 61 bilhões (ou 46,85%). No primeiro ano de mandato, (2011) eram R$ 130,3 bilhões os gastos contratuais do governo.
Este ano, os recursos foram executados por 134.333 empresas (pessoas jurídicas) de 15 diferentes áreas da atividade econômica, desde a financeira à alimentação e alojamento, até construção civil, saneamento, eletricidade e gás.
Apenas em uma dessas 15 áreas, a de reparação de veículos automotores e motocicletas, estão sendo gastos R$ 9,88 bilhões por 76.495 empresas em todo o território nacional no corrente ano.
Financeiras e construção civil – A tarefa de controle requer, portanto, trabalho árduo, intenso, permanente e contínuo, conforme destacam órgãos com funções de monitoramento e investigação das contas públicas como CGU, TCU, PGR e DPF, entre outros.
As atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados são as que mais abrigam dinheiro público – e nas mãos de um segmento empresarial que registra uma das maiores concentrações econômica do país – são cerca de 600 a 700 empresas.
Elas detêm a operação de R$ 126,65 bilhões só em 2014, entregues a 618 pessoas jurídicas do setor financeiro e de seguros. A segunda maior é a do ramo de construção civil: R$ 13,74 bilhões estão entregues a 5.456 empreiteiras nos 12 meses deste ano. Mas tiveram mais: R$ 16,1 bilhões em 2013 e R$ 15,3 bilhões em 2011.
Abaixo, as 15 áreas relacionadas pelo governo, na ordem do volume de despesas:
1. Atividades financeiras, de seguros e relacionadas
2. Construção
3. Indústrias de transformação
4. Comércio de reparação de veículos e motocicletas
5. Educação
6. Atividades administrativas e serviços complementares
7. Informação e comunicação
8. Atividades profissionais, científicas e técnicas
9. Transporte, armazenagem e correio
10. Saúde humana e serviços sociais
11. Administração pública, defesa e seguridade social
12. Outras atividades e serviços
13. Eletricidade e gás
14. Água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação
15. Alojamento e alimentação
Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias