O clima de companheirismo e mobilização segue firme nesta segunda-feira no acampamento Lula Livre, nas imediações do prédio da Polícia Federal onde está Lula, o primeiro preso político brasileiro desde a reabertura.
Apesar do ataque sofrido pela candidata à presidência Manuela D’Ávila de um homem identificado como policial civil que saiu do prédio da PF, e que gerou preocupações a respeito da segurança dos militantes e do próprio presidente Lula, os movimentos sociais, ao lado dos aguerridos homens e mulheres oriundos de todos os estados do Brasil fazem questão de manter-se do lado da democracia em um ato pacífico pela liberdade do ex-presidente.
A presença de Lula é constante em todo o acampamento da vigília. Marcio Mittelbach desfilava com uma camiseta do colégio estadual do Paraná autografada pelo ex-presidente.
Ele se orgulha de contar como conseguiu a rubrica. “Era 2002, eu tinha 15 anos e começava a desenvolver meu pensamento crítico. Em um comício na Boca Maldita, consegui chegar perto de Lula e pedir o autógrafo”, lembra. “O legal é que ele não me decepcionou, pois o Brasil melhorou muito com ele, principalmente na educação.”
Durante a tarde, os militantes receberam as visitas do ex-ministro de Relações Internacionais, Celso Amorim, do ex-ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e do ex-presidente da Petrobrás, Sergio Gabrieli. Acompanhados de João Pedro Stédile, do MST, eles percorreram o acampamento e visitaram uma das cozinha, onde tomaram café e bateram papo.“O clima aqui está ótimo. O pessoal está muito animado. O momento é de solidariedade. Todo esse carinho ao Lula é fundamental”, diz Marinho, presidente do Diretório Estadual do PT-SP. Isso porque o que une todos esses homens e mulheres é uma ideia que transcende o Brasil: Lula.
“Ele é a esperança do povo, que precisa dele para retomarmos o investimento em educação e transformarmos o país”, afirmou Marinho. “Querem calar a sua voz, mas não conseguiram, porque calar a sua voz é calar a voz de toda a classe trabalhadora brasileira, é calar a voz dos Sem Terra, da maioria do povo brasileiro”, disse aos presentes.
“Se eles pensam que vão te calar, não vão calar. Você nos orientou muito bem no sábado, dizendo que você não é mais você, e os que estão aqui, estão dispostos a serem um Lula permanente. Nós não vamos desistir e sair daqui sem você, presidente Lula!”
O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stédile, anunciou, no mesmo ato, que um novo acampamento Lula Livre será montado em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, para acompanhar o julgamento de uma ação de constitucionalidade, e, ainda outro, na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, e que estão previstas marchas até a sede da Rede Globo e do Tribunal de Justiça.
“A exemplo de vocês que deram esse sinal e se transformaram na vanguarda da resistência, vamos fazer um acampamento em frente ao STF nesta quarta feira”, afirmou. “Apelamos à consciência da ministra Rosa Weber. Há uma chance dessa barreira se romper na quinta-feira e buscarmos o presidente Lula.”
“E, companheiros do Rio de janeiro: na quarta-feira começa um acampamento na Cinelândia. Vamos fazer passeata até a Globo. Não vamos dar sossego!”
Stédile anunciou ainda que, no próximo dia 17, data marcante no processo de impeachment que tirou do poder a presidenta legitimamente eleita Dilma Rousseff há dois anos, terá início uma Jornada Nacional de Mobilização em Solidariedade ao Lula, em que convoca toda a militância e movimentos sociais e sindicais para a realização de paralisações em todo o país.
“No dia 17 de abril, uma data histórica para os camponeses, que agora virou histórica porque a burguesia deu o golpe na Dilma, realizaremos a jornada nacional. Paralisação nacional, vamos parar o Brasil para dizer: Nós somos Lula, Eu sou Lula!”
Da Redação da Agência PT de Notícias