A presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, participou, nesta sexta-feira (4), do 14º Encontro da União Nacional por Moradia Popular. Além de Gleisi, o encontro contou com a presença de Frei Betto; do presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas; do coordenador da Federação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, Elvio Motta; e da filósofa Ivone Guebara.
O encontro teve início na quinta-feira (3) quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da abertura do encontro, na Quadra dos Bancários, em São Paulo. O ato foi o encerramento da caminhada feita pelos movimentos por moradia. Eles passaram pela Catedral da Sé, pela prefeitura, Fórum e pela Secretaria de Segurança Pública, e denunciaram a truculência da Polícia Militar nas ações das comunidades.
Na manhã desta quinta (4), foi aprovado o regulamento das entidades e realizada a mesa de debates. Gleisi Hoffmann traçou um paradigma social e econômico do Brasil para mostrar como o golpe foi pensado estrategicamente pelas elites para que a agenda neoliberal fosse imposta aos brasileiros. Ela reforçou que essa política implementada pelo governo golpista de Michel Temer está massacrando o trabalhador.
“Durante o governo de Lula e Dilma, conseguimos conquistar o primeiro degrau social no país. Sabemos que o que conquistamos foi pouco diante da carência dos brasileiros, mas a primeira coisa que o ex-presidente Lula fez foi dar às pessoas o direito delas comerem. Foram 13 anos de um oásis no meio do deserto. Agora, o sistema financeiro tomou de vez conta do País. Nem o primeiro degrau de conquista social essa elite aceitou”, declarou.
A presidenta fez um cenário apontando como o governo golpista trabalha para atender a agenda de interesses da elite e dos bancos. Ela citou, como exemplo, o fato de 500 mil famílias aguardarem cadastramento no Bolsa Família, em um momento de crise em que o Brasil conta com 14 milhões de desempregados.
Ela também denunciou a paralisação das universidades federais, prevista para setembro, por falta de orçamento público. Gleisi ainda lembrou que o atual governo parou o Minha Casa, Minha Vida. “Com a PEC, o governo implementou um congelamento de 20 anos ao orçamento, incluindo habitação. O MCMV faixa e e entidades parou. Aí vai o governo e usa a Caixa e o FGTS para financiar casas de R$ 800 mil, para os riscos”.
Gleisi alertou ainda para um projeto de lei que tramita na Câmara que prevê que o “pagamento” de trabalhadores rurais sea feito em troca de comida e moradia. “Eles querem voltar com o regime escravagista!”. Por tudo isso, Gleisi argumentou a defesa da bandeira das eleições diretas.
Para o coordenador da Federação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, Elvio Motta, todos os desmontes e o golpe são apenas a “ponta do iceberg”: “Os governos Lula e Dilma estão sendo tão perseguidos porque tiveram a ousadia de pensar um processo revolucionário a partir da gestão de politicas publicas. Ousamos pela primeira vez desafiar os descendentes escravagistas desse país”, afirmou.
Pesquisa CUT/Vox
A senadora falou também sobre a pesquisa CUT/Vox Populi, divulgada nesta sexta-feira. No levantamento, Lula lidera em todos os cenários e chega a 53% das intenções de votos. “Apesar de toda perseguição, da desconstrução sistemática feita pela imprensa, o ex-presidente Lula lidera todas as pesquisas e hoje está com 53% das intenções de votos. Isso, porque há uma memória da população quanto às conquistas e avanços feitos por ele em nome do povo brasileiro”.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, também comentou a pesquisa. “Antes só as entidades patronais faziam pesquisas. Agora nos juntamos com a Vox e fizemos essa para ajudar a fazer uma política mais correta. Mesmo com todo massacre midiático, com toda calúnia contra Lula e sua família, o povo não se deixa levar totalmente pela mídia golpista. Lula chega a 42% na espontânea”.
No levantamento, o candidato dos tucanos Aécio Neves não tem nem 1%. Por outro lado, Vagner Freitas alerta para o segundo lugar na pesquisa em que apareceu o deputado Bolsonaro, com 10%. De acordo com o dirigente, 5% daqueles que declararam voto no parlamentar reacionário são mulheres.
“Ele defende o estupro, a violência. Aí o PSDB deixou de existir e criou um monstro. Foi isso que a direita brasileira fez. Precisamos continuar nas ruas, o que é essencial, mas que tenhamos um governo que nos represente”, declarou Freitas.
Assista ao discurso de Gleisi Hoffmann:
Da Redação da Agência PT de Noticias