Partido dos Trabalhadores

Em Fortaleza, gestão de Luizianne Lins revolucionou o Carnaval

A partir da gestão da petista, a festa na capital se tornou pulsante, variada e democrática. Hoje, mais de 110 blocos agitam a cidade no pré-carnaval

(foto: divulgação)

A época de carnaval entre os moradores de Fortaleza (CE) em meados dos anos 2000 era marcada por um hábito: a ida de milhares de foliões para as cidades do Recife (PE), Salvador (BA) ou Rio de Janeiro (RJ) para aproveitar os dias de festa.

A partir da gestão de Luizianne Lins, porém, houve uma transformação na folia da capital cearense. Hoje, Fortaleza tem um dos Carnavais e também pré-carnavais mais pulsantes e democráticos do País.

No primeiro ano de Luizianne como prefeita, em 2005, os poucos blocos que existiam na cidade enfrentavam problemas de recursos e não contavam com qualquer apoio logístico ou incentivo material. Em 2012, no último ano da petista na prefeitura da capital, já haviam 114 blocos e agremiações espalhadas por todos os bairros da cidade, da orla à periferia.

Destes 114 blocos, 60 foram apoiados financeiramente via edital. Todos os outros receberam apoio logístico da Guarda Municipal e da Autarquia Municipal de Trânsito. Não é permitido cobrar entrada em nenhum dos blocos apoiados pela prefeitura.

“No Nordeste, Fortaleza ficava muito comprimida entre o carnaval de Salvador e o carnaval do Recife. Tentavam vender a imagem que em Fortaleza o povo não gostava de carnaval. Se vendia, no turismo, um ‘se você não gosta de carnaval, venha para Fortaleza’. A gente primeiro criou a Secretaria de Cultura e, depois, incentivou por editais o carnaval de desfiles de maracatu e o pré-carnaval. Hoje, posso dizer que, depois do Rio, Fortaleza é a capital do pré-carnaval”, afirma Luizianne.

Professor de história e percussionista do bloco Luxo da Aldeia, um dos mais importantes do pré-carnaval da capital cearense, Tiago Porto tem uma opinião semelhante.

“Antes, não tinha jeito: quem gostava do carnaval tinha que ir para outra cidade, em geral Recife. Hoje a coisa mudou. O fortalezense fica em Fortaleza para curtir a festa”, diz.

Foto: Divulgação

Ao mesmo tempo, a gestão de Luizianne enfrentou a prostituição de menores na época carnavalesca. Desde 2006, a cidade participa da Campanha Nacional contra a Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Carnaval, promovida pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República, extinta pelo governo golpista de Michel Temer.

A população encampou a ideia e ajuda a denunciar o turismo sexual contra crianças e adolescentes.

 

“Sempre tivemos pré-carnavais extremamente seguros e em paz, com o apoio e a organização da guarda municipal desarmada. No primeiro pré-carnaval desse governo atual, em 2013, já vimos que foi mais violento. Inclusive dois jovens que estavam ajudando a mãe a vender foram mortos pela Polícia Militar. Eu fiquei chocada e muito triste que uma festa que é feita para trazer alegria e paz trouxe uma violência bárbara. Nunca tinha acontecido nada parecido”, afirma Luizianne.

(Foto: divulgação)

De acordo com Leonardo Fontenelle, integrante do bloco de pré-carnaval Unidos da Cachorra, a eleição de Luizianne dá mais tranquilidade aos organizadores do pré-carnaval fortalezense.

“Certamente a vida de quem faz carnaval tende a ser mais fácil quando a Luizianne é prefeita”, afirmou.

Mas o Carnaval, graças aos incentivos de Luizianne e a disposição dos músicos e foliões, resiste como uma grande festa popular pelas ruas da cidade. “As pessoas gostam de carnaval em Fortaleza e mereciam poder ter a opção de ficar na cidade”, diz Luizianne.

Em SP, mais folia
Um movimento semelhante ocorreu em São Paulo (SP), com o incentivo do prefeito Fernando Haddad aos blocos da maior cidade do País. Logo nos primeiros dias da gestão Haddad,  o então secretário da Cultura Juca Ferreira convocou os blocos até então proibidos que desejavam sair e liberou a rua para todos.

A prefeitura passou a fornecer segurança, gradis, ambulâncias. A organização pública para o Carnaval de 2016 começou seis meses antes do início do evento.

Como resultado, mais de um milhão de pessoas foram aos blocos nos primeiros 10 dias de festa. O carnaval de rua já é o evento turístico mais lucrativo da cidade, ao gerar mais receita e atrair um público de fora maior do que a Fórmula 1, que até então ocupava esse posto.

Carnaval paulistano em 2016

O evento popular dá mais retorno a São Paulo até do que os desfiles no sambódromo. A SPturis, órgão municipal de turismo, estima superar a meta de arrecadação de R$400 milhões em negócios gerados pelos blocos, enquanto os desfiles oficiais devem render R$ 250 milhões.

Por Bruno Hoffmann, de Fortaleza, para a Agência PT de Notícias