A Prefeitura de São Paulo entregou, na semana passada, a nova iluminação do Jardim Monte Azul, no extremo da Zona Sul da cidade. A comunidade é a segunda a ser integralmente servida por lâmpadas LED: são 546 luminárias distribuídas em uma extensão de mais de 10 quilômetros, por 70 logradouros (ruas, escadões, avenidas, praças e vielas). O investimento foi de mais de R$ 2,7 milhões, dentro do programa ‘LED nos Bairros’.
Em dezembro, a comunidade de Heliópolis se tornou, ao receber mais de 1,2 mil pontos de LED, o primeiro bairro da América Latina a contar com a tecnologia. Em menos de um mês, os efeitos da nova iluminação já são nítidos: mais segurança, apropriação do espaço público, fortalecimento dos laços pessoais e valorização do bairro.
“Em nossas visitas, conversas com moradores e lideranças, percebemos como este projeto pioneiro está transformando a realidade da comunidade. Em primeiro lugar, pela sensação de segurança”, conta o secretário de Serviços da prefeitura de São Paulo, Simão Pedro.
“As pessoas podem chegar tranquilas do trabalho ou faculdade, deixar seus filhos brincar na rua à noite, conversar com os vizinhos até mais tarde, aproveitar melhor o lugar onde moram. Isso sem contar que um bairro mais seguro, bem iluminado, também é mais valorizado. É uma verdadeira mudança na dinâmica social local”, completa Simão.
Até julho, o programa beneficiará mais sete bairros: Brasilândia (9.400 pontos LED), Jardim Ângela (10.100), Jardim Helena (5.900), Lajeado (6.800), Pedreira (6.300), Raposo Tavares (5.300) e Sapopemba (11.300). O investimento total do projeto é de cerca de R$ 200 milhões. Além da localização periférica, os indicadores de criminalidade e vulnerabilidade social foram os fatores de escolha desses primeiros locais.
“Com a iluminação de LED, é outra cidade. É como se tivéssemos uma cidade segura de dia e uma cidade que ficou segura de noite. Ou seja, você ganha mais horas do dia para o lazer, para o convívio, visitar um amigo, passear com o namorado e isso tudo é vida, é trazer vida para o bairro”, defendeu o prefeito Fernando Haddad, ao inaugurar a nova iluminação do Jardim Monte Azul.
PPP da iluminação – Paralelo ao “LED nos Bairros”, está em andamento um edital para estabelecer uma grande parceria público-privada (PPP) para gerir a rede de iluminação pública de São Paulo. Nos cinco primeiros anos de contrato, a tecnologia LED chegará a todas as 618 mil lâmpadas do município, e serão criados 70 mil novos pontos de iluminação. Os envelopes da concorrência devem ser abertos no dia 3 de fevereiro, para que os serviços comecem até o segundo semestre deste ano.
“É uma parceria muito boa, um projeto sólido, um modelo inovador de gestão pública. Se fosse para implantar esta tecnologia com recursos próprios, levaríamos pelo menos 20 anos”, acredita Simão Pedro.
Com 20 anos duração, o contrato contempla o valor de R$ 7,24 bilhões, com previsão de R$ 2 bilhões em investimentos. O secretário ressalta que iluminação e segurança urbana são prioridades para a Prefeitura.
“Estou seguro que nenhuma gestão fez tanto pela iluminação como a de Haddad. Nosso parque luminotécnico estava defasado pelo mau gerenciamento e falta de investimento. Desde que assumimos, renegociamos contratos, dialogamos com a população e procuramos novos caminhos para levar mais qualidade de vida à população. Como o governo do estado é deficiente na questão da segurança, a cidade de São Paulo não deixa de colaborar, de fazer segurança”, explica o secretário.
Ao todo, mais de 19 mil pontos de iluminação LED já foram instalados pela gestão Haddad nos dois bairros e em locais como a Marginal Pinheiros, Avenida 23 de maio e o entorno da Arena Corinthians, em Itaquera.
A conta de luz da Prefeitura com iluminação pública hoje é de cerca de R$ 17 milhões por mês. Com a iluminação LED, esse valor deve cair pela metade. Além de reduzir do consumo de energia elétrica em 50%, as novas lâmpadas oferecem alta eficiência luminosa, vida útil longa –quase o triplo que as convencionais, com manutenção a cada 10 anos –,menor potencial poluente e maior facilidade de reciclagem.
Desde o início de 2013, mais de 250 mil pontos de iluminação pública foram remodelados, substituindo lâmpadas de vapor de mercúrio, que iluminam menos e gastam mais energia, por outras mais eficientes, de vapor de sódio e metálico. Além disso, quase 50 mil novos pontos foram criados em locais onde não havia luz.
Cidade inteligente – A modernização do projeto não se restringe à troca da tecnologia nos postes. Será instalado um sistema de telegestão, que permitirá controle à distância e em tempo real da operação de toda a rede de iluminação. No primeiro ano de parceria, entrará em funcionamento o Centro de Controle Operacional, que vai permitir, por exemplo, dimerização das luzes (controle de intensidade), monitoramento do consumo de energia e identificação de pontos com falha.
“A Prefeitura não vai mais precisar esperar o cidadão ligar para informar que a lâmpada queimou, para então levar um dia para restabelecer o serviço. O prazo para reparo deve cair de 72 horas para 24 horas”, afirma Simão.
O sistema de telegestão poderá incorporar outras funcionalidades – dependendo de acordos com órgãos públicos e contratos com empresas privadas –, como monitoramento de tráfego, detecção de tiros, coordenação de estacionamento, disponibilização de sinal wi-fi e câmeras de segurança.
Por Marcella Petrere, da Agência PT de Notícias