“Nem recatada e nem do lar. A mulherada tá na rua pra lutar!”
Foi assim, em luta, que as mulheres permaneceram nesta quarta-feira (15), em Brasília, para oficializar a candidatura de Lula à Presidência da República.
Elas vieram de todas as partes do Brasil, do campo e da cidade, enfrentaram longas horas de viagem e percorreram milhares de quilômetros para mostrar que estão firmes na defesa do ex-presidente.
As militantes organizaram o acampamento das mulheres nos arredores do Ginásio Nilson Nelson, onde ficaram por dois dias, até o momento da marcha, que saiu do local por volta das 14h.
O calor intenso e a baixa umidade do ar que predominava na capital federal na tarde desta quarta não impediram que a aposentada Zilda Damasceno, de 70 anos, marchasse junto à militância petista e dos movimentos sociais rumo à sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), onde a candidatura de Lula foi oficializada. “A minha presença é um agradecimento ao Lula por tudo que ele fez pelas pessoas mais pobres”, declarou emocionada.
O Bloco Mulheres com Lula formado pelas militantes petistas e de movimentos sociais foi acompanhado por um trio-elétrico, que fez ecoar ainda mais forte as vozes que bradaram pela libertação do candidato do PT.
“Nós marchamos pela esperança, pela candidatura de Lula e por nossas vidas, que vêm sendo massacradas pelo golpe”, conclamou a secretária nacional de Mulheres do PT, Anne Karolyne Moura.
Enquanto o carro de som avançava, as mulheres caminhavam, juntas, com palavras de ordem, músicas, bandeiras, camisetas e mensagens de apoio a Lula.
A estudante paraense Beatriz dos Santos, de 19 anos, também se juntou ao grupo. Ela faz parte de uma geração que viveu a maior parte da vida sob a gestão dos governos petistas. Foi pela volta das políticas sociais que tanto beneficiaram a juventude que ela enfrentou 36 horas de viagem e marchou pela candidatura de Lula.
“A gente sabe que o Lula representa um projeto de nação e a esperança de ter de volta direitos que nos tem sido negados. Então, o momento é de lutar para que ele volte a ser o presidente do Brasil”, completou Beatriz.
Maria Flor é indígena e faz parte da resistência do acampamento Marisa Letícia, montado em Curitiba há 131 dias. Para ela, defender a candidatura de Lula é uma forma de retribuir tudo o que o seu governo proporcionou às brasileiras e aos brasileiros.
“Se hoje eu sou formada em uma universidade federal, é graças ao Lula. Se o meu povo tem acesso à luz elétrica, é graças ao Lula. É nossa obrigação estar aqui nesse dia histórico”, defendeu.
A ex-senadora Ideli Salvatti – agora pré-candidata ao Senado por Santa Catarina – reforçou que mesmo sendo mantido como preso político, a voz e as ideias de Lula jamais serão aprisionadas.
“Estamos fazendo o que Lula nos pediu. Se ele não pode andar, nós andaremos por ele. Se ele não pode falar, nós falaremos por ele”, concluiu.
Em meio às tantas vozes que falam por Lula está a da presidenta nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann. Foi ela quem fez o anúncio mais esperado desse dia que entrou para a história do Brasil: Lula é oficialmente candidato à Presidência da República pelo Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores.
Por Geisa Marques, da Comunicação Elas por Elas