Em duas das capitais mais importantes do país, as alianças dos progressistas, reunidos no PT, PDT, PCdoB, Rede e PSOL, enfrentam adversários que jogam na escola da velha política, fazendo guerra suja, no melhor estilo do bolsonarismo. Em Porto Alegre (RS) e Belém (PA), os candidatos Manuela D’Ávila (PCdoB) e Edmilson Rodrigues (PSOL) estão em disputa aberta contra forças conservadoras e reacionárias.
Ambos têm como candidatos a vice líderes do PT – Miguel Rossetto, na capital gaúcha; e Edilson Moura, no Pará. Ambos estão prestes a derrotar o atraso, no próximo domingo, 29 de novembro. Na luta pela melhoria das duas cidades, Manuela e Edmilson construíram nos últimos dias ampla aliança política que impulsiona o sentimento de mudança, trazendo apoio de líderes da oposição, artistas e intelectuais.
Manuela D’Ávila está sendo vítima da mais misógina e terrível campanha de desconstrução de uma líder política numa disputa municipal, com toda sorte de ataques e mentiras. Ainda assim, ela não se dobra e enfrenta o adversário, Sebastião Melo (MDB), um ex-prefeito que opera no velho esquema de alianças com as forças mais atrasadas da política gaúcha. Manuela segue fazendo uma campanha ativa e de combate à reação, com o apoio de artistas como Caetano Veloso e Neguinho da Beija Flor, além de intelectuais e setores organizados da sociedade civil, dialogando com amplos segmentos sociais.
“Vamos vencer o ódio e as mentiras nas urnas”, promete. Ela está nas ruas todos os dias em campanha, correndo os bairros da cidade, discutindo com o povo e participando de debates, junto com Rossetto. O vice também não se intimida com a baixaria. “Contra a rede de boatos e mentiras do adversário, estamos fazendo uma campanha da verdade, da transparência, com propostas objetivas para melhorar a vida da nossa gente”, destaca o ex-ministro.
Os partidos de oposição ao governo Bolsonaro soltaram nota de solidariedade a Manuela nesta terça-feira. “Como ocorre com todas as mulheres, o ódio à Manuela D’Ávila é diretamente proporcional ao seu destaque político, ao seu sucesso eleitoral, pois, disputa esse segundo turno eleitoral na capital gaúcha com grandes chances de vitória”, diz a nota, assinada pelas Secretarias e Coletivos de Mulheres do PCdoB, PT, PDT, Rede Sustentabilidade e PSOL.
Hoje, a candidata do PCdoB esteve nas rádios Bandeirantes e Guaíba, participando de debates. Manuela é a candidata da mudança e vai realizar uma guinada na condução política da cidade, garantindo diálogo e participação popular, depois que os tucanos quebraram o município. Curiosamente, o ex-prefeito Nelson Machezan Jr anunciou apoio a Melo, junto com os conservadores e até o filho do presidente, Carlos Bolsonaro (Republicanos), que esteve em Porto Alegre neste final de semana.
Manuela, por sua vez, tem o apoio dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff e ganhou o suporte da ex-candidata Juliana Brizola (PDT) e líderes brizolistas históricos, como o ex-governador Alceu Collares. Lula já está na propaganda eleitoral de Manuela e Dilma saiu esta semana em defesa da candidata à Prefeitura de Porto Alegre, denunciando os ataques de Melo. “Manuela está sendo agredida por fake news e baixarias do adversário, que na falta de apoio popular e por desespero, apela para a violência política. Não passará!”, alertou.
No Pará, a mentira se repete, com Edmilson sendo atacado sem piedade pela máquina de mentiras, vítima das fake news disseminadas pela filial do Gabinete do Ódio do Palácio do Planalto em Belém. O movimento dos conservadores na cidade tem o apoio ostensivo de empresários e da mídia, ainda que o candidato adversário seja um perigoso bolsonarista.
A rede de intrigas opera em benefício do candidato da extrema-direita Everaldo Eguchi (Patriota), que recebeu na semana passada a primeira manifestação pública de Jair Bolsonaro a favor de um candidato no segundo turno. A guerra entre civilização e barbárie colocou ao lado do povo Edmilson e os progressistas do PT, PDT e PCdoB – junto com artistas como Fafá de Belém, Gaby Amarantos e Dona Onete, além de Chico Buarque e Caetano Veloso.
A última pesquisa do Ibope, publicada neste final de semana, mostra uma disputa apertada em Belém, projetando 45% para o Edmilson e 43% para o delegado bolsonarista. Nas ruas da cidade, a polarização pode ser sentida, mas a vantagem do candidato do PSOL é ter sido prefeito pelo PT e ser lembrado como um grande administrador. Já o adversário é desconhecido e se apresenta como uma versão estúpida de Bolsonaro. Eguchi é um delegado da Polícia Federal que conseguiu passar ao segundo turno ocupando o espaço política da extrema-direita por meio de um falso discurso de combate à corrupção, de apologia à violência no combate à criminalidade, espalhando fake news.
Da Redação