Os curitibanos vestiram-se de preto neste 1º de maio, Dia do Trabalhador, e foram às ruas protestar aos gritos de “Fora Richa”. Munidos com cartazes e faixas, os manifestantes pediam “Menos bala, mais giz”. Em apoio, motoristas fizeram buzinaço e se solidarizaram com os professores que foram massacrados pela Polícia Militar do Paraná, em protesto na quarta-feira (29).
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública (APP-Sindicato), cerca de 10 mil pessoas participaram do ato. A Polícia Militar (PM) estimou a presença de 3 mil manifestantes.
“O protesto de hoje foi pacífico, diferentemente da violência policial que sofremos no último ato. Este Dia do Trabalhador significa Luto e Luta”, desabafa o presidente do APP-Sindicato, Hermes Leão.
O confronto entre professores e policiais deixou mais de 200 feridos na manifestação realizada pelos educadores do Paraná. “A PM partiu pra cima dos professores. Usou bomba de efeito moral, spray de pimenta e balas de borracha. Nos atacou e feriu”, recorda.
Apesar da manifestação, o projeto que pretende autoriza o governador Beto Richa (PSDB) a mexer na previdência dos servidores estaduais foi aprovada e agora segue para a sanção.
O Partido dos Trabalhadores participou da passeata, também organizada em celebração ao Dia do Trabalhador. “O dia 1º de maio, essencialmente, é um dia de luta. É um dia para reforçarmos a nossa unidade, lembrarmos dos grandes desafios que superamos e nos prepararmos para o enfrentamento dos ataques recentes que temos sofrido”, afirmou a presidenta da CUT Paraná, Regina Cruz.
Durante a manifestação, professores carregaram um caixão preto, com a frase “aqui jaz a educação”. Um grupo tingiu de vermelho o espelho d’água que fica em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo estadual, para simbolizar o sangue dos feridos.
A Estátua de Nossa Senhora de Salete, no Centro Cívico, recebeu vendas nos olhos. Além disso, os manifestantes baixaram a bandeira do Brasil do mastro que fica em frente a sede da administração estadual.
Os professores definiram o episódio de violência da última quarta-feira como o “massacre de 29 de abril” e lamentaram a postura da gestão PSDB contra os educadores do país. “Não vamos esquecer o que houve. Repudiamos a repressão policial que sofremos. Temos que nos unir para enfrentar este governo que se comporta com ditadura sanguinária”, diz Leão.
Segundo o presidente do APP-Sindicato, na próxima segunda-feira (4) está marcada uma reunião para definir se a greve vai continuar. Além disso, está prevista uma audiência pública na quarta-feira (6) no Congresso Nacional na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) para ouvir o relato dos professores que sofreram a repressão policial.
Por Michelle Chiappa, da Agência PT de Noticias