O Comitê Internacional Lula Livre realizou uma manifestação, nesta quinta-feira (4), com mais de 30 personalidades italianas, entre intelectuais, juristas, políticos e sindicalistas, em Roma. O ato que pede a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que há quase um ano é um preso político em Curitiba, contou com a participação de Gilberto Carvalho, ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil, entre 2011 e 2015, durante o governo de Dilma Rousseff.
O evento do Comitê ocorreu na sede da Confederação Geral Italiana do Trabalho (CGIL), o maior sindicato da Itália com mais de 5,5 milhões de inscritos, segundo reportagem da Rádio França Internacional (RFI). Ao longo da manifestação, que contou com cerca de 200 pessoas no auditório da CGIL, foi projetado um breve vídeo contando a história do ex-presidente brasileiro e, em seguida, foi lida uma carta que Lula enviou ao Comitê Internacional Lula Livre.
A RFI destacou o trecho da carta em que Lula aponta que “moralistas sem moral agora têm posições e poder dentro do novo governo, que foi eleito apenas porque impediram minha candidatura. Mas quem está na prisão é Lula, que nunca possuiu um apartamento ou terreno, que nunca assinou contratos com a Petrobras, que nunca teve contas secretas como as da fundação que agora está em aberto”.
O ex-primeiro-ministro italiano, e amigo pessoal de Lula, Massimo D’Alema e o professor da Universidade de Bolonha Roberto Vecchi, especializado em cultura brasileira, também participaram do ato e destacaram que a prisão injusta de Lula é um perigo para a democracia no Brasil e para as democracias em todo o mundo.
Uso da Justiça para legitimar golpes
A ex-secretária geral da CGIL e atual responsável pelas relações internacionais da confederação, Susanna Camusso, lembrou da visita que fez à Vigília Lula Livre e apontou que a prisão política do ex-presidente compromete a democracia brasileira. “Estivemos em Curitiba no acampamento na frente da prisão de Lula. Queremos Lula livre protestando contra o uso da Justiça para legitimar um golpe de Estado e para impedir o retorno de regimes fascistas” disse.
O ex-ministro de Dilma fez um discurso para reivindicar a inocência de Lula, uma vez que, já são cinco anos de investigação da Lava Jato e nenhuma prova foi apresentada até agora. Carvalho lembrou também que o ex-presidente é o principal agente de combate à miséria no Brasil, o que irritou as elites.
“Quem foi preso não foi só Lula e sim um projeto de inclusão social. Temos que unir o grito pela liberdade de Lula ao grito contra a reforma criminal da previdência” concluiu Carvalho. Durante o evento, também foi projetado um vídeo com a mensagem do diretor geral da FAO, José Graziano da Silva, agradecendo os projetos de Lula para combater a fome, que foram implantados com sucesso na África.
Quem também enviou um saudação aos companheiros da Itália foi o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, que criticou a reforma da Previdência e falou da greve geral que está sendo programada no Brasil. “Não é só no Brasil que existe a precarização dos trabalhadores, na Itália também” disse Freitas.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da Rádio França Internacional