No segundo dia da etapa paulista do 5º Congresso do PT, ocorrido no sábado (23), centenas de militantes paulistas participaram de duas mesas de debates para refletir os desafios do partido. “PT 35 anos: balanço do nosso projeto estratégico” e “Construção e Organização Partidária” eram os temas dos debates.
Na primeira mesa, sobre o balanço estratégico dos 35 anos da sigla, o coordenador do Grupo de Trabalho Eleitoral, Rodrigo Funchal, e a secretária de Assuntos Institucionais do PT-SP, Silvana Donatti, mediaram os debates que tiveram a participação do Assessor Especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, do presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima, do dirigente do Movimento dos Sem Terra, Gilmar Mauro e da diretora da Escola Nacional de Formação do PT, Selma Rocha.
Os participantes apresentaram propostas para a organização partidária e fizeram análises sobre a conjuntura política. O Assessor Especial da Presidência, Marco Aurélio Garcia, expôs um panorama sobre a diferença qualitativa e quantitativa das novas demandas do governo.
“É da luta que se forma”, frisou o dirigente do MST, Gilmar Mauro, focando a sua fala na teoria marxista.
Selma Rocha, diretora da Escola Nacional de Formação do PT, destacou a necessidade de fortalecer a oposição ao governo Alckmin e pontuou alguns movimentos internacionais e nacionais que, diretamente e indiretamente, impactaram na mudança interna no Partido dos Trabalhadores.
O presidente da CUT-SP, Adi dos Santos Lima, ressaltou as transformações do PT, e dos movimentos sindicais e sociais, citando a recente criação do Fórum dos Movimentos Sociais de São Paulo. Aproveitou para convocar a militância a se juntar à CUT no dia de luta em defesa dos direitos dos trabalhadores que ocorrerá no próximo dia 29 de Maio. “As Redes Sociais não dão conta, precisamos colocar a nossa militância nas ruas”, destacou o presidente da CUT-SP.
O segundo debate, sobre organização partidária, contou com a presença do ex-presidente do PT/SP, Paulo Frateschi, da secretária de Relações Internacionais do PT, Monica Valente, do ex-prefeito de Guarulhos, Eloi Pietá, do membro do conselho da Escola Nacional de Formação do PT, Rodrigo César, e Misa Boito, do diretório paulista do PT.
A mediação ficou a cargo de Gerson Bittencourt e Alessandra Dadona, secretários de organização e movimentos populares do PT-SP, respectivamente.
O ex-presidente do PT/SP destacou a necessidade da desburocratização da formação política e defendeu alguns aprimoramentos no PED (Processo de Eleição Direta). Frateschi apontuou que mudanças colocarão o PT no rumo que dará ainda mais disposição para a militância continuar lutando por melhorias na vida do trabalhador brasileiro. “O PT precisa mudar para evoluir, não para retroceder”, afirmou.
Misa Boito iniciou sua fala com a leitura de um trecho do manifesto de fundação do Partido dos Trabalhadores e argumentou que o partido deve retomar bandeiras históricas na política e organização. Ele propôs que o partido acabe com o PED e volte a eleger sua direção por meio dos encontros de base. “As mudanças garantem mais participação do filiado e transforma o militante em co-autor dos projetos do partido”, disse a dirigente paulista.
Elói Pietá criticou a relação da direção com a base. Segundo o ex-prefeito de Guarulhos, é necessário acabar com as direções verticalizadas na estrutura interna do partido e se declarou um entusiasta para um processo mais intenso de participação dos filiados na tomada de decisões.
A juventude foi o foco da fala de Rodrigo César, que discorreu sobre a história da juventude petista e destacou a necessidade do enfrentamento. “A juventude tem interesse em saber sobre o futuro”, frisando que os jovens estão dispostos a participar mais do processo de decisão.
Mônica Valente, explicou que o partido e o governo não estão em crise. “A crise cai sobre o país, não sobre o governo”, disse. Ela lembrou que um partido que ousa promover um debate interno com a participação de 300 mil militantes, a cada 4 anos, não deve ficar na defensiva. Segundo a secretária de Relações Internacionais, exitem 140 mil pessoas querendo se filiar ao PT e, até o final do ano, o partido estará organizado em mais de 90% do território nacional. A dirigente encerrou falando sobre as propostas para organização interna, que devem ser mais democráticas e transparentes, citando a desvinculação da contribuição ao voto no PED e orçamento participativo.
Todas as propostas apresentadas no debate serão discutidas no 5º Congresso do PT, que será realizado em 11 a 13 de junho, em Salvador.
O presidente do PT-SP, Emidio de Souza, fez o encerramento da etapa estadual do 5º Congresso do PT lembrando que a atividade ocorreu após terem sido realizadas mais de 140 atividades em todo o estado nos últimos dois meses, com grande participação das lideranças e militância, que, democraticamente, tiveram a oportunidade de expor suas reflexões sobre o partido. “Fiquei muito satisfeito com este encontro, e não é a quantidade de pessoas que mede a grandeza de um evento”, concluiu.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do portal “Linha Direta” PT/SP