O esquema de formação de cartel investigado na Operação Lava Jato, montado para fraudar contratos com a Petrobras, teve início na década de 90. A informação foi confirmada pelo grupo Setal Engenharia e Construções, em acordo de leniência firmado com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), nesta sexta-feira (20).
Em fevereiro, o executivo Augusto Ribeiro de Mendonça, da Setal Engenharia, confirmou à Justiça Federal que os desvios de recursos da Petrobras tiveram início durante o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Mendonça garantiu que o chamado “Clube das Empreiteiras”, existia desde os anos 90, época em que as regras do mercado de petróleo foram mudadas no Brasil. “(As empresas) se organizaram e iniciaram uma conversa com a Petrobras, criando um grupo de trabalho”, disse, durante depoimento divulgado na terça.
“A partir daquela ocasião, as empresas com o intuito de se protegerem, fizeram acordo entre si”, completou.
As declarações de Mendonça seguem a mesma linha das declarações do ex-gerente de Engenharia da Petrobrás, Pedro Barusco. Em depoimento à PF dias antes, ele afirmou que os esquemas de corrupção na Petrobras se iniciaram, de fato, durante o governo FHC.
Acordo – Um acordo de leniência firmado pelo Cade com a Setal Engenharia e a SOG Óleo e Gás, investigadas na Operação Lava Jato, obteve a confirmação da participação de 23 empreiteiras acusadas de participar do chamado “Clube das Empreiteiras”.
Os dirigentes das empresas delatoras forneceram informações para comprovar as acusações e subsidiar o inquérito administrativo que está em andamento no Cade. Os dados também serão compartilhados com a força-tarefa do Ministério Público Federal, responsável pela investigação civil e criminal da Lava Jato.
Da Redação da Agência PT de Notícias