“Nós estamos reunidos aqui para manter viva a chama da liberdade de Lula e para lembrar a todos que a luta continua e o movimento social está unido e não vai se deixar intimidar pelas ameaças que sofre”, a afirmação é de Fernando Haddad, durante a confraternização de final de ano do MST.
Cerca de 600 militantes se reuniram neste sábado (8) na Escola Nacional Florestan Fernandes para o Encontro Anual dos Amigos do MST. Entre representantes de movimentos populares, partidos políticos, manifestantes Sem Terra e organizações da sociedade, o clima de resistência e gratidão pelas conquistas de 2018 era unânime.
Em meio a debates, feijoada, muito samba e até futebol com time “Lula Livre”, os trabalhadores e trabalhadoras se mantiveram otimistas, apesar do resultado das eleições, e com o consenso de que agora mais do que nunca é o momento de levantar a cabeça e continuar a luta.
A mesa de abertura foi composta pela presidenta legítima Dilma Rousseff, Gilmar Mauro e João Paulo Rodrigues, ambos da direção nacional do MST.
Segundo João Paulo a parte mais importante do encontro é reforçar as lutas para o próximo período. “Um encontro como esse é a oportunidade perfeita para prestar contas de tudo que fizemos e do que precisa ser avançado. No ano que vem nós seremos resistência, lutaremos contra a reforma da previdência, continuaremos a luta em defesa de Lula e acima de tudo, vamos manter a unidade, que é o que nos permite enfrentar esse governo golpista”.
“Hoje, 152 acampamentos do MST estão com ameaça de despejo, apesar disso, saímos de 2018 com cabeça erguida e com a certeza de que aumentamos a nossa base de luta”, reforçou João Paulo.
Gilmar expôs a importância de continuar a luta por Lula. “A tarefa do Lula Livre é uma tarefa cotidiana e nós não podemos parar até conseguir isso”. Ele também afirmou que os militantes Sem Terra já enfrentaram diversos governos contrários a eles e mesmo assim continuaram seu trabalho. “Nós não temos nenhuma dúvida de que nós enfrentaremos o Bolsonaro e passaremos por ele”.
A presidenta legítima, Dilma Rousseff, declarou que o golpe que ela sofreu ainda está em andamento e não irá parar até a extrema direita acabar com todos os direitos do povo, por isso a necessidade de resistir e não desanimar. “Quando se estabelece uma desigualdade crescente, a democracia sofre. A maior ameaça contra nós é a que pode destruir o nosso futuro, mas nós continuamos a nadar contra essa corrente”.
Uma grande preocupação exposta durante o debate é o perigo da criminalização dos movimentos sociais. O MST tem sido alvo de declarações de Jair Bolsonaro que já afirmou diversas vezes querer incriminar qualquer tipo de manifestação que se oponha ao seu governo.
“Essa lei que compara a luta do campo com terrorismo é absurda, isso não tem nada a ver com nossa tradição, muito menos com o que nós defendemos que é o cumprimento da Constituição, por isso estamos aqui reunidos de forma fraterna para preparar o ano que vem e estarmos prontos para isso”, declarou Haddad.
O ex-presidente Lula enviou uma mensagem de final de ano para ser lida durante o encontro. No texto, Lula afirmou que os retrocessos que o país está vivendo devem fortalecer as lutas do movimento e pediu que os militantes redobrem suas forças para conquistar um Brasil mais justo no futuro.
Durante o evento também foi feito o lançamento do filme dos “Sem Terrinhas”, que reuniu crianças de acampamentos e assentamentos da Reforma Agrária.
Por Jéssica Rodrigues, da Agência PT de Notícias