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Energia de vento domina leilão da Aneel

Abundância e intensidade das ventanias e da insolação levam fontes alternativas de geração a se destacar entre projetos inscritos na licitação agendada para fevereiro

Com 1.055 interessados cadastrados pela estatal Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o leilão marcado pela Agência Nacional de Energia (Aneel) para 5 de fevereiro de 2016 terá amplo domínio dos projetos baseados na geração a partir do vento, a energia eólica. Quase metade (44,5%) dos inscritos são projetos baseados na força dos ventos.

Esse perfil da disputa atende as orientações do governo Dilma Rousseff, que se dedica a ampliar a participação de fontes alternativas, limpas e renováveis de geração, como vento e o sol, a energia solar extraída dos raios a partir de placas fotovoltaicas para captação de calor.

O motivo: ambos têm baixo impacto ambiental e são abundantes no país. A ensolação no Brasil é considerada uma das mais intensas do planeta, enquanto a incidência quase ininterrupta de ventos é uma das principais características das regiões costeiras, especialmente o Nordeste. É da Bahia, inclusive, o maior número de projetos eólicos inscritos na licitação.

A costa marítima brasileira se estende por quase 7,4 mil quilômetros do Oceano Atlântico. O leilão estabelece contratação de energia aos vencedores da concorrência para entrega ao mercado a partir de janeiro de 2011. Ou seja, eles terão de concluir as obras para construção das usinas em pouco mais de cinco anos.

Segundo nota da EPE, os projetos inscritos totalizam mais de 47,6 megawatts em oferta de eletricidade, mas só a fonte eólica pretende ofertar mais de 21,2 MW do total cadastrado.

Em segundo lugar, os projetos de usinas termelétricas a gás natural se prontificam a entregar 18,7 MW, muito mais que as termelétricas a carvão (3.056 MW) e biomassa (3.019 MW), como bagaço de cana.

Os projetos de produção de energia mais convencional e dominante no país, por meio hidrelétricas, apresentaram a oferta de 1,019 MW, sendo 529 MW de usinas com maior porte e 78 MW de pequenas centrais (PCH’s).

“Todos os projetos ainda passarão pelo processo de habilitação, que definirá o número final de projetos que estarão aptos a participar do certame”, afirma a nota da EPE. Mauricio Tolmasquim, presidente da EPE, garante que o leilão poderá ser o maior já realizado no mundo na área de energia.

“É um recorde brasileiro e mundial o número de projetos inscritos, é o maior leilão de energia elétrica do mundo. Isso mostra a atratividade do modelo (de leilões) brasileiro”, disse.

Segundo ele, a Bahia manteve a liderança no número de projetos eólicos inscritos (7.109), seguido pelo Rio Grande do Norte (5.599). E a surpresa é o Rio de Janeiro, que cadastrou sete projetos de térmicas a gás natural, somando mais de 5,1 mil MW. “É um volume bem significativo”, constatou.

Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias