De exilado na ditadura militar a patrocinador de um processo de impeachment baseado em atos políticos e não legais, as estranhezas que rondam a trajetória do senador José Serra e do PSDB refletem o metrô desgovernado que se encontra a oposição brasileira.
A desarticulação das manifestações nas ruas contra o impedimento da presidente Dilma Rousseff, promovidas por setores da direita e apropriadas por opositores, não só comprovam que, novamente, a oposição escolheu o lado obscuro, como ainda, a desorientação de uma pequena parcela que pede menos democracia.
Representado por lideranças do PSDB, patos de borracha, camisas com frases ofensivas e a presença de subcelebridades, como Alexandre Frota, os protestos se enfraquecem ao passo que seus atores agridem minorias e assumem a defesa de Eduardo Cunha, atolado em denúncias de corrupção.
Posições questionáveis até mesmo para os eleitores e apoiadores de uma elite que a todo custo, mesmo que represente o fim de avanços e garantias de um estado democrático, visa a tomada do poder e a retomada de um projeto que prevalece as individualidades e desigualdades.
Todavia, é imprudente e irresponsável ignorar as demandas que pairam sobre o momento político, assim como, comemorar qualquer resultado das manifestações. O Brasil pede e quer união e solidez política para superar o momento de dificuldades econômicas e retomar o desenvolvimento econômico, conhecido na última década.
A baixa adesão nas manifestações desse fim de semana, reitera a posição contrária da população a qualquer tentativa de golpe a democracia e as garantias do voto popular, assim como, para acordos obscuros que visam a deposição de uma presidenta democraticamente eleita. Entretanto, ainda assim, levanta questões a serem refletidas, como a corrupção endêmica.
O Brasil não carece de uma ponte para o futuro. E, sim, de retomar os trilhos do desenvolvimento social e econômico, fruto de políticas públicas e programa de governo do Partido dos Trabalhadores durante os últimos 13 anos. O mesmo que sofre ataques preconceituosa de uma elite, mas que mundialmente é reconhecido pelos avanços sociais conquistados.
Optou-se, com o voto de mais de 50 milhões de brasileiros, pelo PAC, Minha Casa Minha Vida e protagonismo mundial, renegando os tempos de FMI, privatizações e desemprego desgovernado. Cabe, assim, o respeito à democracia e união para o fim da crise política que tanto prejudica nosso País.
Enio Verri é peputado federal, presidente do PT do Paraná e professor licenciado do departamento de Economia da Universidade Estadual do Paraná