Reconhecido mundialmente e merecedor do prêmio Award for Outstanding Achievement in Social Security, equivalente ao Nobel Social, o Bolsa Família completa 12 anos de combate à pobreza, dignidade, inclusão social, econômica e educacional, entre outras características positivas do programa criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Motivo de ódio e preconceito de uma elite ancorada em hierarquias sociais e exploração de classes menos abastadas e da desinformação de uma parcela considerável da sociedade, o programa não só conquistou o respeito de pesquisadores brasileiros e internacionais, como se configurou como uma política determinante para a exclusão do Brasil do mapa da fome, fato inimaginável nos anos 90.
Parte do Brasil sem Miséria, o Bolsa Família não pode ser compreendido unicamente como um programa de transferência de renda. Refere-se uma política mais ampla de inclusão social, educacional, de consumo, resultando em grandes benefícios em diversos setores, como a economia.
É nesse sentido que contrariando desinformados e oposicionistas, o programa se mostrou um agente importante para a economia. Segundo estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em 2013, cada real gasto com o Bolsa Família faz a economia girar em 240%, além de representar um impacto a desigualdade em 370% a mais do que a previdência social.
Com o aumento do poder de consumo e ascensão a classe média, novas oportunidades para a compra de produtos antes restritos, como automóveis, viagens, entre outros, cresceram ao passo que a presença do consumidor na economia local expandiu, promovendo um desenvolvimento econômico, gerando renda e emprego.
Integrado em um ciclo econômico que envolve desde o beneficiário até os setores públicos, o Bolsa Família representou uma realidade diferenciada aos municípios brasileiros. Sob a perspectiva do aumento do consumo, setores como o comércio e de serviços ganharam novos clientes e demandas, exigindo qualificação e ampliando a procura por profissionais.
Por conseguinte, novos ramos da economia se potencializaram. O desemprego caiu para índices recordes e novas oportunidades – de emprego ou de qualificação – emergiram a cidadãos antes marginalizados a partir de programas como o Pronatec, Prouni, FIES, entre outros.
A economia cresceu, se desenvolveu e se efetivou como uma potência mundial por intermédio dos bons resultados em todos os setores. A renda melhorou e novas perspectivas de se formalizar e abrir o próprio negócio se concretizaram De acordo com Governo Federal, 10% dos empreendedores individuais vieram do Bolsa Família.
O desenvolvimento econômico veio acompanhado de políticas públicas e investimentos estruturais. A maior arrecadação não só permitiu que os municípios realizassem melhorias a população, como ainda, o surgimento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Minha Casa Minha Vida, entra tantas outras ações.
Os 12 anos do Bolsa Família merece comemoração. Não só pela sua capacidade em romper barreiras, levando dignidade, educação, renda para a população, mas também, pela sua contribuição para o desenvolvimento econômico, que mesmo em tempos de dificuldades, ameniza o impacto negativo na vida da nossa população.
Enio Verri é deputado federal, presidente do PT do Paraná e professor licenciado do departamento de Economia da Universidade Estadual do Paraná