Especialistas em combate à corrupção divulgaram nesta sexta-feira (21) carta em apoio à candidatura do ex-presidente Lula. Cinquenta e nove professores e pesquisadores que estudam o tema decidiram tornar público o voto em Lula, no próximo dia 30 de outubro. A carta está sendo amplamente divulgada na imprensa e nas redes sociais.
O documento é assinado por professores e pesquisadores de disciplinas como Direito, Economia, Administração, História, Ciência Política e Contabilidade e estão associados a instituições acadêmicas reconhecidas, tanto no Brasil, quanto no exterior: Universidade de São Paulo, Fundação Getúlio Vargas , Universidade Federal de Santa Catarina,Universidade de Brasília e Universidade do Estado de Santa Catarina.
Também assinam a carta pesquisadores ligados a entidades do exterior, como a Universidade de Toronto, no Canadá, e a University College London, na Inglaterra.
Na carta, os pesquisadores afirmam que “Bolsonaro representa uma ameaça concreta e iminente à democracia brasileira” e que seu suposto compromisso em combater a corrupção não passa do campo da retórica”. Eles argumentam que esse falso compromisso de Bolsonaro ficou “evidenciado por sucessivos escândalos de corrupção, alianças com os setores mais clientelistas da política nacional, interferência política nos órgãos de investigação, desconstrução do aparato jurídico-institucional de combate à corrupção, e enfraquecimento do controle social e da transparência pública”.
Para os signatários da carta, a escolha por Lula nas eleições leva em conta o compromisso do candidato do PT com a democracia e o estado democrático de direito. Para eles, votar no candidato do PT é “expressar a convicção de que o combate à corrupção não pode ocorrer às custas da ordem democrática; a convicção de que, pelo contrário, qualquer avanço nessa matéria só será sustentável quando acompanhado pelo fortalecimento das instituições e dos valores democráticos”.
“Votar em um candidato não significa aderir ao seu governo; às vezes, só nos é dado escolher a qual governo faremos oposição. E muitos de nós, abaixo-assinados, certamente optarão por fazer oposição ao governo eleito. Mas, entre fazer oposição a um governo democrático e fazer oposição a um governo autoritário, a nossa escolha será sempre pelo governo democrático”, diz trecho do documento.