Após participar da Marcha Nacional Lula Livre nesta segunda-feira (13), o ativista dos direitos humanos e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel visitou os sete militantes que estão em greve de fome há 14 dias por justiça no Supremo Tribunal Federal e por Lula livre, no Centro Cultural de Brasília (CCB). Durante a reunião com Rafaela Alves, Vilmar Pacífico, Jaime Amorim, Zonália Santos, Frei Sérgio Görgen, Luiz Gonzaga (Gegê), Esquivel informou que ele terá um encontro com a presidente da Suprema Corte, ministra Carmén Lúcia, nesta terça-feira (14), para tratará da prisão arbitrária do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Vamos conversar com os ministros do STF para ver se mudamos a situação, devido à demanda pela libertação de Lula”, afirmou Esquivel, lembrando que até a própria ONU reconhece o que ele havia dito nos primeiros momentos: “que Lula é um preso político”.
O Nobel da Paz disse ainda que o mundo todo está de olho no que vem ocorrendo no Brasil. “Há muita gente em todo o mundo acompanhando o que está acontecendo aqui. O que acontecer no Brasil vai ter repercussão em toda América Latina”, observou Esquivel.
A visita, segundo ele, é um ato de solidariedade à decisão que os sete grevistas tomaram ao se privarem de alimentação em nome da justiça e da libertação de Lula. “Vim aqui simplesmente para lhes dar um abraço e para que saibam que não estão sozinhos nessa luta”, afirmou.
“Quando me dizem que um militante está amargurado, digo que não é um militante, mas um amargurado. Então, não se pode perder o espírito de luta. Há que resistir, e resistir com base na esperança. Vamos seguir caminhando com vocês”, assegurou.
Num papo descontraído com os grevistas, Esquivel contou como conheceu Lula. E relatou que o encontro se deu há mais de 40 anos, quando o ex-presidente ainda era sindicalista no ABC. E destacou que a trajetória política de Lula, que ajudou a tirar da miséria milhões de brasileiros, o levou a indicar o ex-presidente brasileiro ao Prêmio Nobel da Paz.
“Eu lhe dizia que tirar 30 milhões de brasileiros e brasileiras da pobreza em seu governo foi algo extraordinário. Por isso o indiquei ao Prêmio Nobel da Paz. E temos também o apoio da Nobel da Paz, Rigoberta Menchú, da Guatemala”, contou Esquivel.
Ele informou que agora em setembro será apresentado formalmente a candidatura de Lula ao prêmio. “E lançamos a campanha que conta com mais de 300 mil assinaturas de apoio à indicação do ex-presidente ao Nobel da Paz. E não só Lula merece, mas também todo povo brasileiro, os Sem-Terra”, reconheceu.
Emoção
Pérez Esquivel ouviu um relato emocionado da grevista de fome, Rafaela Alves, do Movimento Pequenos Agricultores MPA) do estado de Sergipe. “Esses 14 dias de greve de fome é exatamente a convicção, a esperança, desse sonho de um de um País com dignidade para todos os trabalhadores que vivem no Brasil em uma situação muito complexa”, frisou.
Rafaela explicou que a greve de fome integra muitas lutas que estão acontecendo no País e envolve sonhos de gerações presentes e futuras. “Para aqueles que sonham com um futuro melhor para o País não resta outra tarefa senão a de lutar e colocar a própria vida a serviço dessa luta, desse processo de transformação mais profunda que acreditamos para o Brasil e para o mundo inteiro”.
Por Benildes Rodrigues, do PT na Câmara