Após ter a visita barrada em abril, o ativista argentino e Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, visitou Lula no prédio da Superintendência da Polícia Federal, na tarde desta quinta-feira (16). Ele revelou que conversou com o ex-presidente sobre a situação do Brasil e da América Latina, a perseguição política e a solidariedade internacional.
Na companhia de Celso Amorim, ex-ministro das Relações Exteriores e Defesa dos governos do PT, Esquivel reafirmou a indicação de Lula ao prêmio Nobel da Paz. “Muitos representantes internacionais se somaram e assinaram o documento, como Noam Chomsky. Temos mais de 300 mil assinaturas apoiando a indicação do Lula ao Nobel. Eu não conheço outro líder que tirou 36 milhões de pessoas da extrema pobreza. Isso é um feito que precisa ser reconhecido, porque tirar milhões de pessoas da extrema pobreza, é construir a paz”, revela Esquivel.
Ainda segundo o ativista, ele e o ex-presidente conversaram sobre os desmontes do ilegítimo Temer das políticas sociais e da submissão do Brasil aos interesses do capital estrangeiro. “Dia a dia os trabalhadores estão perdendo seus direitos a uma vida justa. Perdendo a Democracia. Depois de um grande esforço que o Lula fez para superar a fome, ela está voltando. Um povo que perde sua soberania está sujeito à recolonização e à pobreza.”
“O ex-presidente quer que sua inocência seja reconhecida porque não cometeu nenhum crime. Ele também se mostrou muito preocupado com a América Latina, com a perseguição e judicialização dos governos e líderes populares, como Rafael Corrêa no Equador e a Cristina Kirchner na Argentina”, conta.
Mensagem do Papa
O ex-ministro Celso Amorim aproveitou a visita desta quinta para entregar o exemplar do livro “A verdade vencerá” (Boitempo Editorial) no qual o Papa Francisco enviou uma mensagem a Lula. “Foi um honra poder fazer a visita de hoje com o Esquivel. Pude contar ao Lula de como foi encontrar o Papa. De como nosso pedido de encontro só precisou de 12 horas para ser aceito, o que mostra como o Papa está atento ao que está acontecendo com o ex-presidente e com o Brasil”.
“Lula fez questão de demonstrar sua gratidão ao Esquivel, a toda a comunidade internacional e o Papa, não por ter me recebido, e sim por ter recebido seu ministro das Relações Exteriores. Ele sabe o que isso significa”, revela Amorim.
Ainda segundo o ex-ministro, Lula esta indignado com a submissão brasileira aos Estados Unidos, simbolizada com a visita do Secretário de Defesa James Mattis. “Lula lembrou de todos os esforços que fez para integrar a América Latina. Agora isso está sendo destruído por ações de alguns países. O tempo em que um representante dos Estados Unidos vinha dar ordens aqui já tinha passado, mas agora está voltando. O ex-presidente está indignado com a entrega da nossa soberania, que ameaça a Petrobras e os bancos públicos”, diz o ex-ministro.
Da Redação da Agência PT de notícias