As águas localizadas abaixo das comportas do Sistema Cantareira foram bombeadas para o abastecimento de água de 14 milhões de pessoas. Segundo relatório da Sabesp divulgado na manhã de ontem, o nível do sistema chegou ao marco de 8,4%. Com a água dos 18,5 pontos do volume morto, o nível chegou a 26,7%.
Enquanto os órgãos gestores estudam limitar a quantidade de água retirada das represas, cresce a preocu
Chico Brito, prefeito de Embu das Artes e presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê: “Ao usar o volume morto, você tem a mesma quantidade de microorganismos e peixes num volume menor de água. Consequentemente, aumenta-se a produção de cianobacterias e degetos produzidos pelo que existe de vida ali, tornando necessária a utilização de mais química no tratamento dessa água que chegará até o consumidor final. Caso a Sabesp passe a bombear águas profundas, podemos ter em frente um sério problema de saúde pública”.
José Carlos Mierzwa, Professor do departamento de engenharia hidráulica e ambiental da Universidade de São Paulo (USP): “A qualidade de agua pode mudar no fundo do reservatório por conta das condições de circulação da água. Tudo vai depender de uma série de condições ambientais para estabelecer o equilibrio e não somente do volume de água existente no reservatório. A questão mais preocupante é que no fundo existe o acúmulo de resíduos químicos e organismos em decomposição (peixes ou plantas); ou seja, falta mais oxigênio nesse local. Normalmente, em qualquer reservatório, o fundo tem uma qualidade inferior. É um processo natural, menos oxigênio no fundo à medida que o nivel do reservatório diminui. Um risco grave é começar a bombear água da parte mais profunda”.
Governo estadual/Sabesp – Segundo o governador Geraldo Alckmin, a água do volume morto é perfeita para consumo. A reportagem entrou em contato com a assessoria da Sabesp, porém, não obteve resposta.
Por Camila Denes, da Agência PT de Notícias