Há duas coisas em comum entre os países latino-americanos: a grande desigualdade e a dependência em relação às grandes potências, principalmente os EUA. “São coisas centrais que mexem com a política na região. De alguma maneira, o povo latino-americano está mexendo nisso e reações virão. Essa coisa que está acontecendo na Bolívia é uma reação.”
A análise é de Celso Amorim, chanceler no governo Lula e ministro da defesa de Dilma, em entrevista ao Tutameia. Ele liga o golpe militar contra Evo Morales a um contexto de mudanças no continente. As manifestações no Chile, as eleições na Argentina que recolocaram a esquerda no poder e o processo de libertação do presidente Lula são partes de um todo que, segundo ele, leva a reação a raciocinar:
“Vamos aproveitar que aqui tem jogo, do ponto de vista dos interesses externos estratégicos que são do estado profundo norte-americano, que nunca são abandonados. O estado profundo está agindo, porque é estratégico. Uma coisa que os EUA não aceitam é que a América Latina deixe de ser o seu quintal. Se nós queremos não ser quintal, precisamos nos preparar muito, conscientizando, fazendo um trabalho a longo prazo.”
Confira a íntegra da entrevista
Por Tutameia