Partido dos Trabalhadores

Eugênio Aragão afirma que intervenção de Temer é oportunista

O ex-ministro da Justiça destacou que há um abandono no estado brasileiro após o golpe de 2016 e que Temer busca esconder derrota

Reprodução/Youtube

Ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão

Após o golpista Michel Temer assinar decreto autorizando intervenção militar na Segurança Pública do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (16), o ex-ministro da Justiça Eugênio Aragão destacou que a medida é oportunista e visa esconder sua derrota política com a reforma da Previdência. Com o decreto, o general Braga Netto assume o comando de todas as forças policiais do estado.

Sobre a possibilidade de um recrudescimento militar, ele afirmou que “tem muito mais a coincidência do desespero do Pezão no Rio de Janeiro, porque o estado está realmente em situação desesperadora, mas aí junta com o oportunismo do Temer. Ele sabe que a reforma da Previdência foi para o saco, então ele precisa de uma tática diversionista para de alguma forma esconder sua derrota política”.

Com relação a proposta debatida no Planalto de criação do Ministério da Segurança Pública, Aragão classificou como “factoide de mal gosto”. Ele ressalta que “a constituição define que a segurança pública é de competência dos estados, não da união. Então, a união criar um ministério pra cuidar da competência dos estados mostra um pouco apego desse governo ao federalismo. Nós ainda não temos polícia nacional, não temos gendarmeria nacional. Mostra até a falta de estruturação jurídica desse governo”.

“Isso é tipicamente um assunto para ser tratado dentro do Ministério da Justiça. O problema é que talvez com essa crise criada pelo Segóvia, esteja contaminada pela Polícia Federal e talvez queira criar um contrapeso à Polícia Federal e jogar nesse ministério por exemplo a Força Nacional e a Secretaria Nacional de Segurança Pública que estava no Ministério da Justiça”, acrescentou.

O ex-ministro ainda relembrou que “nós temos um precedente no Rio de Janeiro, dessa intervenção militar, na época do Itamar Franco. A chamada Operação Rio, que foi um fracasso total. Parece que o imaginário do burocrata nessa questão do Rio de Janeiro sempre se espelha com um momento de relativa paz e estabilidade em 1992, quando teve a cúpula mundial do meio ambiente, a Rio92”.

“Parece que isso entrou o imaginário, de que é possível os militares pacificarem o Rio de janeiro. Acontece que a Rio92 durou uma semana. Você segurar um evento internacional, assim como foi feito nas Olimpíadas, é questão de logística, é limitado. Outra coisa é você assumir a Segurança Pública do Rio de Janeiro como um todo”, explicou.

Confira o vídeo na íntegra:

Da redação da Agência PT