Partido dos Trabalhadores

Ex-ministros condenam Bolsonaro e defendem Constituição

Comissão Arns prega defesa da vida do povo brasileiro e denuncia presidente, enquanto ex-ministros da Defesa, incluindo Celso Amorim, exortam as Forças Armadas a rechaçarem pedidos de intervenção militar convocados pelo bolsonarismo em atos contra a democracia

Ex-ministros de Estado dos principais governos desde o início da redemocratização, há 35 anos, publicaram dois manifestos nos principais jornais brasileiros, nesta segunda-feira, 18 de maio, condenando o comportamento do presidente Jair Bolsonaro e alertando as Forças Armadas para que sigam obedecendo o texto constitucional e rechacem as insistentes manifestações do bolsonarismo defendendo intervenção militar.

“Jair Bolsonaro perdeu todas as condições para o exercício legítimo da Presidência da República, por sua incapacidade, vocação autoritária e pela ameaça que representa à democracia”, apontam seis ex-ministros que integram a Comissão Arns: José Carlos Dias (FHC), Claudia Costin (FHC), José Gregori (FHC), Luiz Carlos Bresser-Pereira (Sarney), Paulo Sérgio Pinheiro (FHC) e Paulo Vannuchi (Lula).

“Ao semear a intranquilidade, a insegurança, a desinformação e, sobretudo, ao colocar em risco a vida dos brasileiros, seu afastamento do cargo se impõe”, continua o texto. “A Comissão Arns de Defesa dos Direitos Humanos entende que as forças democráticas devem buscar, com urgência, caminhos para que isso se faça dentro do Estado de Direito e em obediência à Constituição”.

Defesa

Outro texto importante – também de caráter amplo – é assinado por ex-ministros da Defesa, que lançaram manifesto – publicado também em todos os jornais –, rechaçando pedidos de golpe militar a favor de Bolsonaro. Os ex-ministros Aldo Rebelo, Celso Amorim, Jaques Wagner, José Viegas Filho, Nelson Jobim e Raul Jungmann cobram respeito das Forças Armadas à Constituição ante pedidos de intervenção estimulados pelo presidente.

“As Forças Armadas são instituições de Estado com importante papel na fundação da nacionalidade e no desenvolvimento do país”, escrevem os ex-ministros. “Sua missão indeclinável é a defesa da pátria e a garantia de nossa soberania. Merecidamente, desfrutam de amplo apoio e reconhecimento da sociedade brasileira”.

“Qualquer apelo e estímulo às instituições armadas para a quebra da legalidade democrática –oriundos de grupos desorientados– merecem a mais veemente condenação”, assinalam. “Constituem afronta inaceitável ao papel constitucional da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, sob a coordenação do Ministério da Defesa”.