Partido dos Trabalhadores

Expansão do eucalipto na Bahia gera problemas ambientais e sociais

Monocultura toma lugar de pomares, que ofereciam mais emprego, e aumenta risco de acidente de trabalho

A Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados (CSSF) esteve em Teixeira de Freitas (BA), na sexta-feira (11), para debater os impactos causados pela monocultura do eucalipto. “Não somos contra celulose, mas queremos uma produção com sustentabilidade, com uso de agrotóxicos limitado e monitorado pelos órgãos responsáveis”, diz Amauri Teixeira (PT-BA), presidente da CSSF. “Tenho um projeto de lei que disciplina o uso de agrotóxicos, inclusive com rastreio das embalagens através de chip”.

De acordo com Amauri, em alguns municípios do sul baiano, a monocultura do eucalipto chega a 85 % da área total, levando à extinção outras culturas, como a fruticultura. “Por ser um trabalho mecanizado há a necessidade de se cuidar da saúde desse trabalhador, se exigir o uso de equipamentos de segurança, e evitar acidentes” disse Marcelo Menezes, auditor Fiscal Ministério do Trabalho, durante a sessão.

Jorge Huet Machado, do Ministério da Saúde, chamou a atenção para os acidentes de trabalho na região, mais de 14 para cada grupo de 100 mil habitantes. De acordo com o técnico, o estado possui o maior número de acidentes de trabalho do país.

O trabalhador do viveiro de eucalipto faz 20 mil movimentos por dia, o que pode causar danos para ombros, braços e punhos. Aplicar herbicida com o produto nas costas, embaixo do sol, gera problemas de intoxicação e coluna. E quem comanda máquinas repete milhares de vezes os mesmos movimentos para derrubar cerca de 100 árvores por hora em oito horas diárias de trabalho.

De acordo com a Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), as máquinas usadas nas lavouras de eucalipto cumprem exigências técnicas. Wilson Andrade, representante da ABAF na reunião, destacou  uma série de medidas tomadas pelas empresas para diminuir fatores que provocam doenças nos trabalhadores. Ele também ressaltou que o setor gera 40 mil empregos diretos e 100 mil indiretos.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do PT na Câmara