Senador e filho do despreparado Jair, Flávio Bolsonaro parece ter criado uma regra ao longo de sua carreira política: todo e qualquer policial suspeito (ou condenado) por cometer crimes como corrupção ou assassinato passa a ser candidato forte a ser homenageado por ele. Foi assim com os milicianos que estão na mira da Justiça – um deles pela morte de Marielle Franco. E também foi com o policial civil Flavio Pacca, preso na nesta quinta-feira (27) por extorquir dinheiro de pessoas envolvidas em crimes.
Pacca, que estava trabalhando como consultor de segurança do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), recebeu a honraria por ter participado de uma ação em 2005, segundo Flávio, por “recuperar” (matou) um traficante – note que o parlamentar não corrige o linguajar chulo e carregado de ódio nem mesmo quando escreve um documento oficial. “Este policial foi um dos responsáveis por “recuperar” esse marginal, visto que a sociedade tem a certeza de que ele nunca mais estará apto a viciar o filho de ninguém, nem a levar o terror aos cidadãos fluminenses, prestando um relevante serviço social à população”, diz trecho da homenagem.
A história recente do Estado, no entanto, tem mostrado que inúmeros policiais também têm cumprido este papel de “viciar”, já que possuem ligação com o tráfico de drogas – só para recordar um exemplo em outubro de 2018, 32 policiais militares foram presos por serem sócios de traficantes no Rio.
Sobre levar terror aos cidadãos, o próprio Flávio sabe muito bem que o maior temor da população hoje vem da atuação das milícias que ele tanto defende.
Como se não bastasse, o mais velho do clã Bolsonaro também havia justificado o assassinato da juíza Patrícia Acioli, morta com 21 tiros, após emboscada em 2011, no município de Niterói. “Que Deus tenha essa juíza, mas a forma absurda e gratuita com que ela humilhava policiais nas sessões contribuiu para ter muitos inimigos”, escreveu Flavio Bolsonaro na época pelo Twitter.
Da Redação da Agência PT de Notícias