Não satisfeito em ter cometido nada menos do que 12 crimes durante a pandemia, incluindo crimes contra a humanidade, Jair Bolsonaro promoveu mais um atentado contra a saúde pública e a ciência em sua última live pelas redes sociais, realizada na quinta-feira (21). Desta vez, no entanto, as mentiras do extremista de direita foram longe demais: na noite de domingo (24), o Facebook e o Instagram derrubaram a transmissão de Bolsonaro, na qual ele alegava falsamente que vacinados contra a Covid-19 passaram a desenvolver a síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids).
“Nossas políticas não permitem alegações de que as vacinas de Covid-19 matam ou podem causar danos graves às pessoas”, diz uma nota das companhias, sobre a afirmação sem pé nem cabeça de Bolsonaro. “Não tem nenhuma possibilidade ou plausabilidade dessas vacinas fazerem isso. A afirmação é absurda e anticientífica”, reagiu a epidemiologista e vice-presidente do Instituto Sabin (EUA), Denise Garrett, segundo a Folha de S. Paulo.
“Na segunda-feira (18), a revista Exame fez uma matéria sobre vacina e Aids. Eu repeti essa matéria na minha live e a Exame falou de Fake News”, disse Bolsonaro. “Foi a própria Exame que falou da relação de HIV com vacina. Eu apenas falei sobre a matéria da revista Exame. E dois dias depois a Exame me acusa de ter feito Fake News sobre HIV e vacina. A gente vive com isso o tempo todo (…) certos órgãos de imprensa são fábricas de Fake News”, esquivou-se.
O mais novo ataque de Bolsonaro aos fatos será incluído no relatório final da CPI da Covid, responsável por elencar os crimes do presidente, anunciou a cúpula da comissão, nesta segunda-feira (25). Os senadores que compõem o chamado G7 na comissão também pedirão a suspensão das contas de Bolsonaro nas redes, bem como uma investigação sobre as declarações no inquérito das fake news conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes.
“Enquanto 96% das mortes por covid-19 no Brasil são de pessoas que não tomaram vacinas, Bolsonaro segue estimulando a não vacinação e consequentemente mais mortes”, denunciou o senador Rogério Carvalho (PT-SE), pelo Twitter. “Bolsonaro é criminoso e precisa ser parado, primeiro para pagar pelos seus crimes, segundo para que novos crimes não sejam cometidos”, cobrou o senador, que integra a CPI da Covid.
“Temos um delinquente contumaz na Presidência da República”, escreveu o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP). “Informo que incluiremos, no relatório da CPI, a fala mentirosa e absurda de Bolsonaro associando a vacina contra a COVID-19 à Aids. Além disso, encaminharemos ofício ao Ministro Alexandre de Moraes, pedindo que Bolsonaro seja investigado por esse absurdo no âmbito do inquérito das fake news”, anunciou Rodrigues.
Da Redação, com CNN