O índice de desemprego da Fundação Getúlio Vargas (FGV) relativo ao mês de abril apresentou estabilidade em relação ao mês anterior, ao registrar a manutenção do mesmo nível de desocupação de março, ou 1,6 milhão de pessoas a procura de vaga em seis das principais regiões metropolitanas do país.
A taxa registrada pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) da FGV foi de 6,4% em março, contra 6,2% em fevereiro, anunciou a instituição na manhã desta quinta-feira (21). A PME é coletada em Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre.
A população ocupada em abril foi estimada pela FGV em 22,8 milhões nas seis regiões, refletindo estabilidade nas análises mensal e anual do índice. Naquele mês, o número de trabalhadores do setor privado com carteira de trabalho assinada, de 11,5 milhões, ficou estável na comparação mensal.
A boa notícia, de origem também na FGV, é que o professor Antônio Jorge Martins, especialista em engenharia econômica da fundação, afastou o risco de o mercado de trabalho se fragilizar ainda mais com o agravamento da crise na indústria automobilística.
Para Martins, a crise das montadoras, representada pelo elevado estoque de carros nos pátios, não deve contaminar outros setores da cadeia produtiva, além da própria produção e venda. O depoimento do especialista foi registrado pela “Agência Brasil”.
“Na minha percepção, não é a crise do setor automotivo que vai afetar outros setores, a não ser as próprias empresas da cadeia automotiva”, avaliou.
“O país se desacostumou um pouco a saber o que é crise. Quando ela aconteceu, as empresas estavam em ritmo de preparar-se para uma produção de algo em torno de quatro milhões de carros por ano”, observou.
Para ele, é hora de as montadoras se adaptarem ao novo ritmo produtivo, de 2,8 milhões de carros no ano.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias