Em pleno período de Natal, época de muita compra e pressão sobre os preços de varejo, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informa: a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor semanal (IPC-S) está em queda em pelo menos cinco das principais capitais do país: Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP).
A pesquisa foi realizada em sete capitais, entre a primeira e segunda semanas de dezembro, e teve seus resultados divulgados na tarde de terça-feira (16). A maior queda do índice foi registrada na capital baiana, de 0,88% caiu para 0,73% no período pesquisado.
Essa aparente pequena variação para baixo da inflação, de 0,15 ponto percentual, na verdade traduz uma redução de 17% no indicador utilizado pela FGV para medir o comportamento semanal dos preços.
Em Belo Horizonte, a queda foi 0,13 ponto percentual, (de 0,55% para 0,42%); em Brasília, de 0,12 ponto percentual (de 0,73% para 0,61%); no Rio de Janeiro, de 0,07 ponto percentual (de 1,34% para 1,27%); e, em São Paulo, de 0,06 ponto percentual (de 0,57% para 0,51%).
As cidades que registraram alta na inflação foram capitais de lados opostos e extremos do país: em Porto Alegre caiu 0,34 ponto percentual (de 0,6% para 0,24%) e, em Recife, 0,06 ponto percentual (de 0,54% para 0,48%). A média nacional do IPC-S foi 0,77%.
Intenção – Esses resultados estão compatíveis com análises da Confederação Nacional do Comércio (CNC) que indicam uma queda na intenção de consumo pelas famílias de 0,9% em dezembro, em comparação ao mês de novembro. É a terceira queda consecutiva do índice. Em relação ao mesmo mês do ano passado (2013), a queda na intenção de consumo é de 7,7%.
Para este período do ano, em que a tradição das compras e o dinheiro extra do terceiro salário levam o consumidor a afrouxar nos gastos, o resultado da coleta de preços da FGV mostra que há uma certa precaução na corrida às compras.
Nesta manhã, em entrevista à Globo, o futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, mostrou-se realista com o índice inflacionário no seu primeiro mês no segundo governo Dilma, que se inicia no próximo dia 1º.
“Janeiro é tradicionalmente um mês de alta nas taxas de inflação”, observou Levy, referindo-se ao rotineiro movimento do mercado em promover atualização de preços no início do ano.
Mas demonstrou otimismo em relação às ações que pretende adotar para conter a inflação: disse que as medidas para ajuste da economia devem obter resultados em pouco tempo. “A experiência mostra que quando se faz ajustes a reação é muito rápida”, observou.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias