Além de muita música e cultura, a Virada Cultural, em São Paulo, também foi marcada na edição deste ano por protestos contra o presidente golpista Michel Temer. O evento foi descentralizado e ocorreu em diversos bairros da capital.
Líder do Racionais MCs, Mano Brown se apresentou no bairro Jardim Helena e criticou o fato de haver um presidente não eleito pelo voto popular. “Por enquanto vocês vão ter que conviver com um governo de ladrões. Tomamos um golpe e seu voto não valeu nada”, afirmou, ao microfone.
A cantora Elza Soares fez, no palco São João, no centro de São Paulo, um dos shows mais concorridos do evento. Bastou a cantora dizer “fora quem não presta” para o povo, em uníssono, clamar: “Fora Temer! Fora Temer!”.
O conjunto Bexiga 70 também repudiou o governo ilegítimo de Temer e projetou, no palco, mensagens de apoio à democracia. O público fez coro e exigiu a saída do golpista.
Já os integrantes da banda Detonautas Roque Clube estenderam uma faixa em que se lia: “Temer Jamais”, para delírio de boa parte dos espectadores.
O rapper Emicida disse não aceitar que um presidente do Brasil ganhe no tapetão. “Quer ser presidente do Brasil? Faz campanha, recebe voto e aí você chega lá”. Já Criolo, por sua vez, fez uma intervenção no palco no qual surgiu uma mensagem em letras grandes: “Temer jamais”.
Na apresentação dos blocos Tarado Ni Você e Pau Brasil, os prédios no entorno receberam projeções, com frases como “Jamais Temer!” e “Mídia omite, o povo grita”. Um grupo de ativistas imprimiu, para quem quisesse, a frase “Fora Temer” em camisetas. O povo também demonstrou seu descontentamento político para uma equipe de reportagem da TV Globo.
Com duas vocalistas transsexuais, a banda As Bahias e a Cozinha Mineira vestiu a camisa, literalmente, para protestar contra Temer. No palco, os integrantes usaram uma camiseta contra o presidente ilegítimo. A vocalista Raquel Virgínia reclamou, em tom de deboche: “O Temer me prejudica até nisso: tenho que colocar camisa longa”.
Por Bruno Hoffmann, da Agência PT de Notícias