A reunião de representantes dos partidos políticos do Foro de São Paulo foi encerrada, nessa terça-feira (16), em Brasília, após debater os impactos das eleições na América Latina. O grupo também definiu uma pauta de atividades a ser concretizada até março de 2015, quando haverá nova reunião, desta vez, no México – país que irá sediar o XXI Encontro.
Ao participar do segundo dia de debates, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, falou sobre a importância de se avaliar as mudanças sociais em curso por toda América Latina e Caribe. Segundo ele, há ainda muitas contradições a serem compreendidas. Falcão citou o exemplo brasileiro do Programa Universidade Para Todos (Prouni). Segundo dados do governo, 75% dos beneficiados declararam ser contra o programa Bolsa Família, de distribuição de renda.
“Isso é um pouco da transferência da ideologia daqueles que imaginam que ascensão social é exclusivamente mérito do esforço pessoal e não consideram a abertura de oportunidades e políticas públicas voltadas para as maiorias sociais” avaliou Falcão. “Isso significa que pessoas beneficiadas por programas sociais do nosso governo votaram no candidato da oposição. Isso é um fenômeno que exige de nós, uma compreensão mais clara da realidade social do Brasil que é similar a dos nossos países vizinhos”, completou.
O secretário de relações internacionais da Frente Ampla do Uruguai, José Bayardi, classificou o Foro de São Paulo de “marco histórico” . Para ele, trata-se de uma iniciativa importante para a troca de experiências das forças política de esquerda, centro-esquerda e progressistas do continente.
Para a representante da Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional de El Salvador, Blanca Flor Bonilla, o Foro de São Paulo buscacriar mecanismos que possam colaborar na melhoria da qualidade de vida para todas as camadas da população da região.
De acordo com Juan Meriguet, membro do Alianza PAIS do Equador, este é um momento importante, uma vez que quando o Foro teve início quando somente Cuba possuía um governo de esquerda. “Agora, quase todos os países que participam do Foro tem governantes socialistas e completamente responsáveis”, disse.
Ao final do encontro, foi elaborada uma pauta de atividades a serem desempenhadas a partir de agora. Segundo a secretária nacional de relações internacionais do PT, Monica Valente, 2015 será um ano intenso para o grupo de trabalho do Foro. De acordo com ela, por meio da Secretaria Geral e das secretarias regionais, haverá acompanhamento do desenvolvimento do plano de trabalho.
Segundo a dirigente petista, praticamente todas as subregiões da América Latina – Mesoamérica, Andino-Amazônica e Cone Sul – terão reuniões para debates. Em março de 2015, haverá o encontro no México, onde será feita a primeira avaliação dos trabalhos e as definições dos próximos passos do Foro de São Paulo.
Por Janary Damacena, da Agência PT de Notícias