A fé é simples. A luta também. E os símbolos dessa luta conscientizam a partir de um exemplo vivo, concreto. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é um desses símbolos, na interpretação do frade franciscano Aloísio Fragoso, 77, de Recife (PE).
Ele veio a Curitiba (PR), onde passará um mês na Vigília Lula Livre, ao lado de seis militantes de um agrupamento religioso chamado Tenda da Fé, formado há dois anos e marcado pelo envolvimento com movimentos populares organizados. Lula é mantido como preso político na cidade desde 7 de abril de 2019, após condenação sem provas no chamado “caso triplex”.
O objetivo de Fragoso é passar o período de férias em frente à sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, como uma manifestação apoio ao ex-presidente. Ânimo e serenidade não faltam ao religioso, a 3 mil quilômetros de casa.
“Nós viemos motivados por esse cidadão chamado Lula. Mas não é só o cidadão Luiz Inácio Lula da Silva. É uma ideia, uma paixão, uma utopia, uma certeza. E isso a gente sente na alma do povo”, explica o frade sobre a solidariedade ao ex-presidente.
Na capital pernambucana, onde vive há 48 anos, o paraibano de origem humilde realiza trabalhos sociais em parceria com movimentos populares, como a Frente Brasil Popular e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
Integrantes do grupo Tenda da Fé utilizam a mística e o teatro de rua justamente para passar suas mensagens a partir de signos e simbologia. “Nossa prioridade é para os símbolos, mais do que para as palavras”, defende. “E Lula se tornou um mito. Não um mito ilusório, mas um mito que procede de sua vida, de suas ações, da realidade concreta e da repercussão que ele tem no coração do povo. Nós alimentamos esse mito para que ele se torne transformador e libertador. Isso nos trouxe até aqui”, finaliza.
Por Brasil de Fato