Seis entidades que representam os funcionários da Caixa Econômica Federal emitiram uma nota conjunta contra a indicação do sócio diretor do Banco Brasil Plural, Pedro Guimarães, para a presidência da Caixa Econômica. O banqueiro foi indicado por Jair Bolsonaro (PSL) e deve presidir o banco público a partir de 2019.
A indicação reforça a intenção do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, de privatizar os bancos públicos do país. Além questionarem as privatizações, as entidades manifestaram preocupação com a indicação de Guimarães, uma vez que há o manifesto conflito de interesses, já que Brasil Plural é o principal credor no processo de recuperação judicial da empresa Ecovix, na qual Caixa e Banco do Brasil também são credores.
A nota lembra ainda que a empresa de Guimarães é suspeita de envolvimento na supervalorização artificial registrada pelo FIP Florestal, fundo do qual a empresa Brasil Plural é gestora. A Operação Greenfield da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF) investiga a atividade, que causou prejuízos à Funcef e à Petros.
Assinam a nota conjunta a Associação Nacional dos Auditores Internos da Caixa Econômica Federal (AudiCaixa), a Associação Nacional dos Engenheiros e Arquitetos da Caixa Econômica Federal (Aenac), A Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), a Federação Nacional das Associações dos Gestores da Caixa (Fenag), a Associação dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef) e a Associação dos empregados da Caixa que orientam e acompanham os Projetos de Trabalho Social (SocialCaixa)
Confira na íntegra a nota conjunta
É com imensa preocupação que as entidades representativas dos empregados da Caixa acompanham a indicação do sócio e diretor do Banco Brasil Plural, Pedro Guimarães, para a presidência da empresa pública federal.
O Brasil Plural é o principal credor no processo de recuperação judicial da empresa Ecovix, na qual Caixa e Banco do Brasil também são credores.
É evidente, portanto, a incompatibilidade, por conflito de interesses, de um sócio-diretor do Brasil Plural ocupar qualquer cargo de gestão na Caixa ou no Banco do Brasil.
Além do evidente impedimento, pesa contra a empresa de Pedro Guimarães a suspeita de envolvimento na supervalorização artificial registrada pelo FIP Florestal, fundo do qual a empresa Brasil Plural é gestora. A operação causou prejuízos à Funcef e à Petros e está sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal no âmbito da Operação Greenfield.
Esses motivos tornam a indicação de Pedro Guimarães extremamente temerária e suspeita, para muito além dos interesses privatistas os quais, ademais, jamais foram mantidos em segredo.
É importante lembrar que a CAIXA não pertence a um Governo, mas ao Estado Brasileiro. A CAIXA mantém hoje a melhor estrutura de capital entre todos os bancos brasileiros, já alcançou este ano o maior lucro da sua história, vem sendo administrada nas últimas gestões por empregados de carreira da empresa e continua sendo o banco essencial para a sociedade. Precisamos estar atentos.
Da Redação da Agência PT de Notícias