A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e sindicatos denunciam o fatiamento da Petrobras, que completa 69 anos castigada por uma política de lesa-pátria, de ataque ao povo brasileiro, implementada para beneficiar acionistas. Nesta sexta-feira, 7, haverá atos em bases petroleiras do país contra a destruição da empresa imposta por Bolsonaro. Confira abaixo.
Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese/subseção FUP), com base em números divulgados pela petroleira, mostra a velocidade do processo de privatização de unidades da empresa. De 2013 a agosto de 2022 (9 anos), a Petrobrás vendeu 94 ativos (80 no Brasil e 14 no exterior), totalizando US$ 59,8 bilhões.
Somente no desgoverno de Bolsonaro, entre janeiro de 2019 e agosto deste ano, foram vendidos 63 ativos (67% do total até aqui), no valor de US$ 33,9 bilhões, incluindo subsidiárias estratégicas, como a BR Distribuidora, refinarias, campos de petróleo, terminais, gasodutos, termelétricas, usinas eólicas, entre outros.
“A maior empresa estatal do Brasil, que historicamente impulsionou o desenvolvimento econômico e social do país, está encolhendo, se tornando exclusivamente produtora e exportadora de petróleo bruto, saindo do refino e demais atividades. E nesse movimento, se concentrando no Sudeste e no Sul, encerrando atuação em outras regiões brasileiras”, ressalta a FUP.
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Vendas subiram entre 2019 e 2021
Os anos de 2019, 2020 e 2021 apresentaram o maior número de unidades da Petrobras vendidas.
Neste mês de aniversário, quatro refinarias continuam na lista de privatização: Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco; Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais; Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná; e Refinaria Alberto Paqualini (Refap), no Rio Grande do Sul.
Até o momento, apenas a Refinaria Landulpho Alves (Rlam) na Bahia, atual Refinaria Mataripe, foi vendida. Porém, houve acordos assinados – mas sem a conclusão da venda ainda – de outras três unidades: Refinaria Isaac Sabbá (Reman), no Amazonas, Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Ceará, e a Unidade de Industrialização do Xisto (Six), no Paraná.
Perda de capacidade econômico-financeira
“Com os desinvestimentos, a Petrobrás vai deixando de ser uma empresa integrada e perde capacidade econômico-financeira de resistir a sobressaltos do volátil mercado global de petróleo e gás natural. Sob o argumento de ‘aumento da concorrência’ e ‘queda dos preços’, a Petrobrás está vendendo ativos importantes, em áreas estratégicas, a preços de banana”, destaca Deyvid Bacelar, coordenador geral da FUP.
Bacelar aponta ainda que, ao se desfazer de projetos eólicos e da Petrobras Biocombustível (PBio), a estatal está cada vez mais “suja”. “A venda desses projetos e o corte de investimentos em fontes renováveis vão na contramão das grandes petroleiras mundiais, que ampliam investimentos em energia limpa”, condenou.
“Assim, vemos a Petrobrás atingir os 69 anos desmontada, investindo menos, deixando de lado as fontes renováveis e mantendo a política de preço de paridade de importação (PPI), que prejudica os brasileiros com alta de preços e inflação e garante grandes ganhos a seus acionistas, entre os quais boa parcela de estrangeiros”, lamentou Bacelar.
Atos nesta sexta-feira, 7
Atos em bases petroleiras em todo o Brasil estão agendados para esta sexta-feira, dia 7. Confira:
Amazonas – ato na Refinaria de Manaus, às 06h30
Pernambuco – ato na Refinaria Abreu e Lima, às 7h
Bahia – atos em Taqui e no Temadre, às 07h
Espírito Santo – ato na sede administrativa da Petrobrás em Vitória (Edivit), às 08h
Duque de Caxias – ato na Reduc, às 07h
São Paulo – ato na Refinaria de Paulínia (Replan), às 07h
Paraná – atos na Replan e na Six, às 07h
Rio Grande do Sul – ato na Refap, às 07h
Da Redação, com informações da FUP