Escolhido como ministro da Defesa do presidente eleito Jair Bolsonaro, o general Augusto Heleno atacou duramente o ex-chanceler Celso Amorim, que foi também ministro da Defesa. “É o primeiro ex-chanceler a usar vários diplomatas a ele ligados em uma campanha no exterior contra o seu próprio país, mentindo sobre a prisão de Lula. Atitude impatriótica, vergonhosa e injustificável”, disse ele ao site O Antagonista.
A afirmativa de que Lula é um preso político conta com o apoio de juristas do Brasil e do mundo, de ex-prêmios Nobel da Paz e de vários ex-chefes de estado, como François Hollande, Jose Luiz Zapatero, Massimo d’Alema, e também de lideranças como o senador Bernie Sanders, hoje o mais popular político dos Estados Unidos.
Amorim já foi apontado como o melhor chanceler do mundo pela revista Foreign Policy e foi responsável pelo manifesto “Eleição sem Lula é fraude”, que teve o apoio dos prêmios Nobel Adolfo Perez Esquivel e Mohamed el Erian. Lula liderava todas as pesquisas presidenciais quando foi impedido de participar das eleições de 2018, por decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Antes disso, o Comitê de Direitos Humanos da ONU determinou que o Brasil garantisse os direitos políticos de Lula, mas a decisão foi desrespeitada pela administração de Michel Temer.
O ex-ministro Aloizio Mercadante se pronunciou sobre o assunto em defesa de Celso Amorim: “O que incomoda muito e envergonha os militares patriotas, o corpo diplomático e o povo brasileiro é um presidente que além de defender a tortura e os grupos de extermínio, bate continência para a bandeira americana, entrega a Embraer e o pré-sal, acaba com o programa espacial e negocia uma base militar americana no Nordeste brasileiro. O Ministro Celso Amorim defendeu a democracia, a Justiça para Lula, construiu uma política externa de inserção soberana do país, foi intransigente na defesa dos interesses nacionais estratégicos e deu uma imensa projeção e respeito internacional ao Brasil”.
Por Brasil 247