A mídia nacional tem revelado ao País, com frequência cada vez maior, uma geração de craques em várias atividades e especialidades ocupacionais que projetam a imagem do Brasil em todo mundo. Eles se destacam em áreas como tecnologia da informação, informática, robótica e astronomia; desenvolvem aplicativos sofisticados, descobrem corpos celestes, são premiados em eventos de astronomia e fazem raciocínios matemáticos de alta complexidade.
A história de sucesso desses jovens são a comprovação de que uma pátria educadora é indispensável à consolidação do Brasil do futuro, por agregar valor ao processo de edificação de uma economia baseada em inovação e tecnologia.
Recentes declarações do ministro da Educação, Renato Janine, indicam que as restrições financeiras aos programas da área de educação não influenciam a preocupação do governo com o lema “Pátria Educadora”. Ao contrário: o esforço pela retomada do crescimento econômico via contenção de despesas pelo ajuste fiscal é que vai recolocar o projeto desejável de educação brasileira no patamar planejado pelo governo.
Mesmo em ritmo mais lento, a pátria educadora tem, de acordo com Janine, tudo para chegar a 2018 à plena carga e soerguer-se ao nível de destaque que a população reconhece ser desejável por unanimidade. Em nível profissional, os próprios empregadores reconhecem: o Brasil precisa formar muito mais gente capacitada em todos os níveis, inclusive nos que têm relação direta e diária na operacionalidade do mercado de trabalho, seja nos segmentos da indústria, do comércio ou do agronegócio.
Talentos revelados – Entre alguns dos vários exemplos desses craques está a estudante de Comunicação, prestes a se formar pela Universidade de Brasília (UnB), Jéssica Behrens, de 23 anos, que resolveu se desapegar e viver com o mínimo necessário.
“Percebi que não existia uma forma rápida e fácil de conectar minhas coisas às pessoas que estavam precisando delas. Um dia tive um insight: e se existisse um Tinder para produtos?’”, se perguntou, numa referência ao aplicativo de paquera que disponibiliza fotos de potenciais parceiros.
No aplicativo criado por Jéssica, as imagens são de produtos à venda. A ajuda veio de um conhecido, formado naquela universidade, que abriu as portas para ela em um programa de startups. O projeto foi aceito por fomentar a economia participativa, que promove o aproveitamento de coisas descartáveis e reduz o consumo de produtos novos, em benefício do meio ambiente.
“A gente passou por um processo seletivo e foi aceito no Laboratório de Inovação de Harvard”, relata a estudante, depois de viajar aos Estados Unidos e atrair o patrocínio de um investidor. O aplicativo Tradr caminha para ter 2,5 mil usuários.
Estudante brasileiro no Espaço – O estudante Luís Felipe Longo Micchi foi para os Estados Unidos participar do programa Ciência sem Fronteiras e, a partir de atividades na Catholic University of America, de Washington, descobriu uma estrela candidata a supernova perto da galáxia MRK-477.
A supernova é um corpo celeste derivado da explosão de estrelas com massa de dez sóis. “Eu estava procurando descobrir mais sobre a morfologia desses objetos, trabalhando com imagens do satélite Hubble”, diz.
Ao aprimorar as imagens, ele concluiu que o ponto era algo extra, que não deveria estar ali – o que acabou se confirmando ao compará-la com outra imagem, de 2003. “Eu estava olhando em primeira mão para uma estrela em explosão”, relembra. O intercâmbio permitiu a Luís Felipe contato com uma rede de cientistas.
Prêmio – Carolina Guimarães, de Vitória/ES, Felipe Barscevicius, Sorocaba/SP, João Paulo Paiva, Curitiba/PR e Yassin Khalil, de Primavera do Leste/MT, todos estudantes de nível médio, ganharam menção honrosa pelo desempenho que tiveram na 9ª Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica, na cidade de Magelang, na Indonésia.
A avaliação do grupo, no período de 26 de julho a 4 de agosto, envolveu realização de provas de teoria, observação e análise de dados e avaliação individual. A competição reuniu 41 países e 45 equipes de estudantes. A do Brasil foi eleita a melhor avaliada.
“Foi uma experiência incrível, sempre foi um sonho participar de uma olimpíada internacional. Participo da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica desde os oito anos”, declarou Carolina ao voltar ao Brasil no início do mês.
Para isso, ela e os demais passaram por treinamento intensivo com telescópios, construção de foguetes e bases de lançamento. A próxima edição da Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica será na Índia em dezembro de 2016.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias