A nova diretoria da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE-SP) assumiu oficialmente a administração das entidades na noite desta sexta-feira (11), dia do estudante e também aniversário de 80 anos da UNE, durante ato político-cultural no Largo São Francisco, no centro da capital paulista.
A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann participou do evento e parabenizou os estudantes pelos 80 anos de luta. “Os estudantes têm papel fundamental na luta contra o golpe e precisam estar a frente da luta pela democracia.”
Para a senadora, a data deveria ser comemorada com propostas de desenvolvimento, mas a atual conjuntura exige medidas que barrem os retrocessos do golpe. “Várias famílias foram retiradas do Bolsa Família, a fome está voltando. A elite brasileira não consegue suportar nenhum avanço que conquistamos. É um escândalo! Esse governo não pode continuar.”
Gleisi reforça que o papel dos estudantes é imprescindível neste momento. “A luta da juventude aguerrida é fundamental para o Brasil! Nós vamos estar enfileirados nessa caminhada contra os retrocessos! Fora Temer!”, ressaltou.
Nesta nova gestão, a diretoria da UNE tem à frente a estudante de pedagogia da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Marianna Dias, eleita no 55º Congresso da UNE, em Belo Horizonte.
“Vivemos em um momento muito duro e os estudantes precisam mostrar a sua cara. É necessário muita unidade do movimento social e o nosso maior desafio é encorajar cada jovem com a luta para eles não desistirem diante das dificuldades. A UNE vai derrotar os golpistas que tentam massacrar o povo brasileiro!”, disse.
Marianna sucede a paulista Carina Vitral, que foi antecedida pela pernambucana Vic Barros na condução da entidade. Essa é a primeira vez que a UNE tem três presidentas consecutivas, mostrando o protagonismo das mulheres no movimento estudantil e na luta por um Brasil melhor para todos e todas.
“Fui presidenta no momento em que as mulheres foram atacadas no nosso país. Dilma Rousseff foi golpeada por uma campanha misógina. Nós resistimos, ocupamos as ruas e estamos aqui para dar continuidade e construir um novo Brasil. Fomos a geração Fora Temer!”, afirmou Carina.
Já a UEE-SP passa a ser administrada por Nayara Souza, 22 anos, estudante de agronegócio da FATEC de São José do Rio Preto e natural de Mirassol.
“O golpe nos mata todos os dias com a volta da fome, da sede e do frio. O golpista Temer se alinha com a política dos tucanos Geraldo Alckmin e João Doria, que tenta vender os patrimônios do povo paulista, mas a nossa juventude vai escrever mais um capítulo da história desse país. Essa juventude vai continuar indo para as ruas e recuperar a democracia no Brasil”, afirmou.
80 anos em defesa da democracia
Após a cerimônia de posse da nova diretoria, o Largo São Francisco foi palco de um festival de música em comemoração aos 80 anos da UNE, que desde o seu nascimento teve uma trajetória marcada por muitas lutas.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os estudantes brasileiros opuseram-se fortemente ao nazi-fascismo de Adolf Hitler. O período da ditadura militar (1964-1985) também foi de grande resistência para a entidade.
O movimento estudantil teve ainda grande importância em fatos históricos para o país como as Diretas Já e o Fora Collor. Na luta que se seguiu contra o neoliberalismo e as privatizações, a UNE também teve participação expressiva.
Atualmente, a melhoria da qualidade da educação pública no país tornou-se a prioridade, além da luta contra o governo ilegítimo de Michel Temer.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da UNE.