Partido dos Trabalhadores

Gleisi exalta fortalecimento do PT nas eleições municipais

Em entrevista ao UOL, presidenta do PT destacou a resiliência do partido após desgaste provocado pela Lava Jato e pelo golpe de 2016: “Agora, a gente fez 248 (prefeituras) e ainda estamos disputando em segundo turno”, disse Gleisi

Reprodução/Canal UOL

Presidenta Gleisi Hoffmann durante entrevista ao UOL

A presidenta nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), concedeu entrevista ao portal UOL, na segunda-feira (7), e falou dos resultados do primeiro turno das eleições municipais. Na avaliação dela, o desempenho do PT se manteve dentro das expectativas, com a legenda recuperando terreno, em 2024, e mostrando resiliência depois do desgaste de imagem a que foi submetido pela Operação Lava Jato e pelo golpe de 2016.

“Vamos lembrar aqui que o ápice do nosso número de prefeituras foi em 2012, que nós elegemos 630 prefeitos. Depois, em 2016, caímos para 252, quando começou o nosso calvário, com o impeachment da Dilma, Lava Jato, a desconstrução do PT, que foi muito difícil. 2020, a gente fez 183. Agora, a gente fez 248 e ainda estamos disputando em segundo turno”, ponderou.

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Gleisi reconheceu que o partido segue calibrando a comunicação para fazer frente à extrema direita, mas assegurou que o PT não irá reproduzir métodos sectários, pois o partido “tem causa, tem proposta, tem projeto”. “Obviamente que a gente não usa os mesmos recursos, nem as mesmas formas que eles utilizam para ganhar redes, com discurso fácil, com discurso que leva as pessoas a achar que qualquer um pode fazer o que eles fazem, com mentiras. Isso nunca foi uma prática nossa e nunca será”, rebateu.

Composição de alianças

A presidenta do PT abordou os certames de segundo turno e as alianças costuradas nestas eleições. O partido tem quatro candidatos disputando em capitais: as deputadas federais Maria do Rosário (PT-RS), em Porto Alegre, e Natália Bonavides (PT-RN), em Natal, e os deputados estaduais Evandro Leitão (PT), em Fortaleza, e Lúdio Cabral (PT), em Cuiabá.

“Essa foi uma das eleições municipais que nós mais fizemos composições. O PT, nas capitais, das 26 que tinha eleição, nós só lançamos candidaturas em 13. Nas outras 13, nós apoiamos aliados. Nós fomos com Eduardo Paes, no Rio de Janeiro, com João Campos, no Recife”, pontuou.

Prefeitura de São Paulo

Gleisi também se disse otimista em relação ao segundo turno em São Paulo. Apoiado pelo presidente Lula, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) concorre contra o atual prefeito e candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB). A presidenta do PT não concorda que o eleitorado do ex-coach Pablo Marçal (PRTB), terceiro colocado na disputa, esteja automaticamente inclinado a votar em Nunes.

“Temos que ir buscar os votos que foram para o Marçal, não dá para dar de barato que esses são votos da extrema direita. A gente tem ali voto de uma juventude que atua nas redes, de um pessoal que pensa diferente, e eu acho que o Boulos tem condições, muito bem, de dialogar também com o setor aí que esteve com o Pablo”, indicou Gleisi.

Presidência do PT

Primeira presidenta da história do PT, a deputada federal se encaminha para o fim do mandato iniciado em 2017 e trabalha agora na transição interna do partido. Gleisi descartou assumir algum ministério e disse que vai se dedicar à defesa do governo Lula na Câmara dos Deputados.

“A gente vai ter o PED, que é o nosso Processo de Eleição Direta do partido, possivelmente em junho, entre maio e junho, e a gente começa agora as articulações internas para fazer a sucessão da direção do partido. E eu vou me dedicar a isso.”

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Da Redação