Sob a garoa fina que caía neste sábado (14) em Curitiba, a senadora e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, fez uma nova visita ao acampamento da vigília democrática Lula livre, nos arredores do prédio da Polícia Federal onde está o preso político Lula.
A presidenta do PT, que chegou justamente no momento do ato Tambores para Marielle, em memória do um mês do assassinato covarde da vereadora no Rio de Janeiro. empolgou-se com o clima no acampamento Lula Livre. “O número de barracas está aumentando. Diariamente milhares vêm aqui dizendo que gostam do Lula e confiam nele”, afirmou, lembrando também os acampamentos que acontecem em Brasília e em Fortaleza.
Gleisi comentou as pressões para acabar com o Acampamento Lula Livre. Neste sábado, a Justiça do Paraná determinou multa de R$ 500 mil por dia para os movimentos sociais e demais manifestantes caso o acampamento decida permanecer no entrono da sede da Polícia Federal. “Agora querem cobrar multa de quem está aqui protestando. Já não basta o ataque à democracia? Nós queremos ficar aqui, perto do Lula”, disse. “É só libertar o Lula que vamos embora daqui”, completou.
A senadora ironizou as tentativas da mídia golpista e da direita de tentar pautar os rumos que têm de ser traçados pela esquerda. “Tem um monte de mentirada nos jornais sobre isso. A direita quer dirigir a esquerda. Não se influenciem com essas matérias”, disse.
E falou também da pressão que está sendo feita sobre o STF no caso do julgamento das Ações Diretas de Constitucionalidade. “Assim como estamos escrevendo para Lula, deveríamos começar também a mandar cartas para a ministra Carmen Lúcia.”
A senadora reafirmou que Lula será o candidato do Partido dos Trabalhadores à Presidência da República nas eleições deste ano. “Lula será nosso candidato em qualquer circunstância, para tristeza da direita”, disse no ato político realizado no começo da noite deste sábado no Acampamento Lula Livre.
Também participaram do ato a ex-ministra de Combate à Fome, Teresa Campelo; a ex ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci; e o ex governador do Rio Grande do Sul, Olívio Dutra.
Lula poderá ser candidato mesmo que esteja preso, disse Gleisi à multidão que não arredou pé para ouvi-la sob garoa fina. “A Constituição Federal diz que só se perdem os direitos depois do trânsito em julgado de sentença condenatória”, explicou Gleisi.
As notícias sobre Lula são de que, apesar de indignado com a situação, Lula está tranquilo e pediu que sejam enviados para ele um resumo dos jornais e a edição de “CartaCapital”, para se manter atualizado. Lula ouve as manifestações de apoio. “Ele pediu para dar um abraço em cada um de vocês e agradecer todo esse apoio. Ele tem certeza de que vai sair mais forte para estar ao nosso lado lutando pelo Brasil”, disse.
Presença constante no acampamento, Eleonora voltou a chamar as mulheres à luta e parabenizar sua mobilização. Já para a ex-ministra de Combate à Fome, Teresa Campelo. “Não prenderam Lula, mas cada um de nós. Dizem que ele foi preso por causa de um triplex, mas a gente sabe que não é nada disso. Foi para interromper os avanços democráticos”, disse. “Querem nos tirar das ruas para que pareça que está tudo certo, tudo normal.”
O ex-governador do Rio Grande do Sul começou sua fala dirigindo-se ao presidente Lula. “Companheiro Lula, tenho certeza de que estás me ouvindo. Tu jamais esteve só é agora tens mais gente disposta ao bom combate pela tua liberdade”, afirmou. Ele propôs a convocação de uma assembleia nacional constituinte “de baixo para cima” e reorganizar o País.
Olívio Dutra ainda reiterou que a mobilização popular representa a resistência democrática em defesa do estado de direito e da justiça e que o fato de não haver qualquer prova contra o ex-presidente faz dele um preso político.
Olívio e Lula são amigos desde a luta sindical. Foram os primeiros candidatos a governo do estado pelo PT em SP e Rio Grande do Sul. Por fim, Olívio lembrou o assassinato de Marielle e a escalada de violência e fascismo desde o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff.
Da Redação da Agência PT de Notícias, de Curitiba