Quanto mais as pesquisas e as manifestações populares confirmam a preferência da maioria do eleitorado por Lula nas eleições presidenciais de outubro, mais aparecem na imprensa opiniões de colunistas, e eventualmente de políticos, criticando a opção inarredável do PT de registrá-lo candidato em 15 de agosto, como prevê a lei eleitoral.
Nesta segunda (14), foi divulgada pesquisa da MDA para a Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostrando que Lula, mesmo depois de ter sido preso injustamente há mais de um mês, mantém 32,4% das intenções de voto, quase o dobro do segundo colocado. Lula vence com folga no primeiro turno e em todos os cenários de segundo turno contra qualquer candidato. No cenário da pesquisa em que Lula não aparece, 46% dizem que não sabem ou não votariam em ninguém. Este seria o vazio democrático de uma eleição sem Lula.
É no mínimo contraditório, para não usar expressão mais forte, que tantos adversários históricos queiram ensinar o Partido dos Trabalhadores a se comportar diante do impasse político criado pelas forças que deram o golpe do impeachment e levaram o Brasil à maior crise política, econômica e social dos últimos tempos.
Chegam a nos cobrar responsabilidade política e com a democracia, como se tivessem autoridade moral para tanto. Ora, desde sua fundação, o PT sempre apresentou ao país suas credenciais democráticas. Nascemos na luta contra a ditadura, na mais dura das trincheiras, aquela em que os trabalhadores eram oprimidos pelo arrocho salarial, pela lei anti-greves e pela repressão.
38 anos antes de ser encarcerado ilegalmente pela operação Lava Jato, Lula foi preso pelo regime militar por ter liderado a maior greve da história do ABC paulista. Continuou lutando ao lado do povo, sempre no processo democrático, até ser eleito presidente para mudar o País. Para democratizar o acesso à renda e aos direitos de cidadania; fazer o país crescer com inclusão social.
Quem são estes que hoje nos acusam de interditar o debate político? São os mesmos que apoiaram o golpe parlamentar contra a presidenta Dilma Rousseff. Os mesmos que apoiaram a retirada de direitos do povo, a entrega da Petrobras e do pré-sal, a demolição de programas sociais que levaram o Brasil de novo ao Mapa da Fome.
Estes que apoiaram a ditadura em 1964 e o golpe do impeachment em 2016, o que podem nos ensinar sobre o processo democrático?
Querem é que o PT compactue com a continuidade do golpe, abrindo mão da candidatura que representa não só a coerência do partido, mas o desejo da maioria do povo de retomar um projeto de país mais justo e inclusivo.
Nós vamos seguir com Lula e com o povo, na luta por eleições livres e democráticas com a participação de todas as forças políticas. A palavra de ordem que hoje mobiliza o país é: Lula Livre! Lula Presidente!
Por Gleisi Lula Hoffmann, senadora (PT-PR) e presidenta nacional do PT