A presidenta Nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, usou a tribuna do Senado nesta terça-feira (13) para novamente denunciar o que chama de “saga do ex-presidente Lula”. A parlamentar, que tem sido uma das mais ativas combatentes contra a parcialidade do Judiciário e a atuação política do juiz Sérgio Moro, deixou claro que não irá descansar enquanto Lula não tiver um julgamento justo.
A preocupação de Gleisi desta vez foi motivada pelo depoimento que o ex-presidente concederá nesta quarta-feira na 13ª Vara Federal de Curitiba cujo processo diz respeito ao sítio de Atibaia que, a exemplo do caso triplex, não apresenta qualquer materialidade.
“Lula não é acusado de ser dono do sítio. O próprio Sérgio Moro diz que isso não tem importância. Lula é acusado pelas reformas que foram feitas no sítio (…) Não há nenhuma prova em todo o processo de que o dinheiro utilizado na reforma tenha sito proveniente de contratos relacionados à Petrobras”, explicou a senadora, lembrando que o processo nem deveria estar sob a competência de Moro e da Lava Jato.
Não custa lembrar que testemunhas ouvidas durante o processo afirmaram veementemente que o sítio não pertence a Lula, que não foram utilizados recursos da Petrobras e que Lula não sabia que elas iriam acontecer. “Mas lá está Lula como réu no processo. O sítio é de uma família que é amiga do ex-presidente Lula há mais de 16 anos. A reforma foi solicitada pelos amigos para fazer uma surpresa à dona Marisa e ao Lula”, completou a parlamentar.
Gleisi também fez questão de desmascarar a tese de Moro e do Ministério Público Federal de que “Lula deveria conhecer as reformas”. Para a senadora, “como pode ser um caso de corrupção passiva? Direito penal brasileiro é claro: tem que ser objetivo, tem que ser claro, tem que ter ato de autoridade”.
Moro e Bolsonaro
Gleisi ainda lembra da relação de aliança entre o juiz de primeira instância com o presidente eleito. “Ao ser nomeado ministro da Justiça de Bolsonaro, Moro mostra que tinha posicionamento político (…) Ele tinha de ser exonerado do cargo. É assim que manda a lei”, criticou.
A presidenta do PT argumentou aos colegas parlamentares enorme repercussão negativa que a nomeação de Moro como ministro gerou fora do Brasil. “Não é possível que o mundo jurídico brasileiro ache normal o que acontece por aqui. Porque lá fora ninguém acha. Acham uma aberração. A nomeação de Moro causou espanto, inclusive em jornais insuspeitos de serem de esquerda. Afinal, como pode juiz que retirou o homem que ganharia no primeiro turno com mais de 40% aceita a ser ministro daquele que ganhou a eleição?”, concluiu.
Por Henrique Nunes da Agência PT de Notícias