A presidenta nacional do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), respondeu, nesta sexta-feira (12), ao editorial do jornal O Globo que tenta, de forma “absurda e indigna”, comparar as indicações de Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça, pelo presidente Lula, e de Sergio Moro para o mesmo cargo, no início do governo Bolsonaro.
Leia a seguir a resposta de Gleisi Hoffmann a O Globo:
1. O Jornal O Globo deveria pedir desculpas ao ministro Lewandowski pela leviandade de seu editorial, que ofende também o STF e o presidente Lula. Se queriam passar pano para Sergio Moro, que inspirou o texto com uma postagem moleque nas redes sociais, só conseguiram avivar a memória da cumplicidade com aquele que proclamaram herói e hoje está à beira de ser cassado por crimes eleitorais.
2. É absurda e indigna a falsa equivalência que editorial do Globo faz entre a indicação de Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça, pelo presidente Lula, e a cumplicidade de Sergio Moro com Jair Bolsonaro. Comparar o prontuário de Moro com a trajetória de Lewandowski beira ao cinismo. O ex-juiz corrompeu o sistema de Justiça; Lewandowski engrandeceu o STF.
3. Moro ganhou seu ministério (e a promessa de ir ao STF) porque viabilizou objetivamente a candidatura de Bolsonaro em 2018, ao condenar sem provas e prender Lula ilegalmente, excluindo-o da campanha em que era favorito. Agiu de forma premeditada, parcial e criminosa, como apontou mais tarde o Supremo.
4. As decisões definitivas do STF que repararam a injustiça e devolveram os direitos de Lula foram colegiadas e absolutamente constitucionais, atendendo habeas corpus da defesa. Sem ilegalidades, sem usurpações e sem o apoio que o Globo e a mídia deram à perseguição da Lava Jato a Lula.
5. Curiosamente, em outra página do Globo registram-se com malícia decisões monocráticas de Lewandowski favoráveis a pleitos da família e de aliados de Bolsonaro, todas em vigor. Pelo critério medíocre do editorial, seriam argumentos para inviabilizar sua indicação por um presidente petista. Mas o que eles comprovam é a fidelidade do ministro à Constituição, sem contaminação partidária.
6. As premissas do editorial, portanto, são tão falaciosas quanto sua conclusão. A nomeação de Moro por Bolsonaro foi sim e continuará sendo uma prova contundente de sua parcialidade e suspeição contra Lula. Não é uma opinião do PT, como quer o jornal. É o que consta no acórdão do Habeas Corpus 164.493 do STF.
Da Redação