Em Goiás, o número de escolas ocupadas por estudantes chegou a 21 nesta quinta-feira (17), segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do estado e o movimento Secundaristas em Luta-GO.
As ocupações já chegam a quatro municípios: Goiânia, Anápolis, Aparecida de Goiânia e Cidade de Goiás.
Os alunos protestam contra as reformas anunciadas pelo governador Marconi Perillo (PSDB), que transferirá a administração das instituições de ensino para organizações sociais.
A intenção do governo é que as entidades sociais comecem a administrar as escolas já no primeiro semestre do próximo ano. Segundo o governo, além de cuidar da administração e da infraestrutura, as organizações poderão contratar professores e funcionários.
Inspiradas nas ocupações ocorridas em São Paulo, as manifestações de Goiás começaram há uma semana, após o governador publicar um despacho (596 de 2015) que autoriza o estado a contratar organizações privadas para dirigir escolas estaduais.
Em entrevistas, Perillo e a secretária estadual da Educação, Raquel Teixeira, têm afirmado que “empresários são melhores gestores do que os educadores”.
Mas para os estudantes, a medida significa a privatização da educação pública.
“O estado está simplesmente assinando um atentado de incompetência na gestão da educação. Para nós, é uma entrega das escolas. O estado sucateou e, agora, coloca uma organização privada, que visa ao lucro ou a outro benefício, para gerenciar”, disse o diretor da União Goiana dos Estudantes Secundaristas (Uges) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Gabriel Tatico, à Agência Brasil.
Nas escolas ocupadas, os estudantes organizam atividades culturais e oficiais esportivas, além de mutirões de limpeza e de pequenas reformas nos prédios. Os secundaristas goianos necessitam de doações, em especial de alimentos, material de limpeza, produtos de higiene pessoal e materiais para confecção de cartazes.
A Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás (UFG) divulgou uma nota se posicionando contra o repasse das escolas para as organizações sociais por entender que a medida “constitui um processo de terceirização da oferta da educação pública”. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás também é contra a mudança.
Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações da “Rede Brasil Atual”