Partido dos Trabalhadores

Golpe cassa a soberania do voto popular, condena Jorge Viana

O senador petista destacou que esse processo de impeachment contra a presidenta Dilma faz o Brasil viver uma “anarquia institucional”

Foto: Beto Barata/Agência Senado

O Senado tem a oportunidade de dizer não ao golpe e sim à Constituição, defendeu o senador Jorge Viana (PT-AC), na sessão desta quarta-feira (11), que vota pela admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

“Não é justo o que estão fazendo com a democracia neste País. Não estão cassando apenas o mandato da presidenta Dilma, estão cassando a soberania do voto popular”, destacou. O senador petista lamentou estar vivenciando uma sessão como essa. “Não fui eleito pra isso. Fui eleito para fazer o País seguir em frente e não para fazer o País ir para trás, como está acontecendo com esse processo”.

E afirmou categoricamente estarmos vivendo um momento crítico. “Um Senador foi preso, há pouco tempo, sem autorização do Congresso do Senado Federal. O Presidente da Câmara foi afastado outro dia sem que a Câmara tivesse sido ouvida. Nós, hoje, estamos apreciando uma matéria que, se aprovada, cassa o voto de 54 milhões de brasileiros e brasileiras e afasta do poder, por maioria simples do Plenário do Senado, a Presidenta da República”, explicou. “E alguns se arvoram a dizer que estamos vivendo a normalidade institucional no País. Nós estamos vivendo, e falo para quem quiser ouvir, a anarquia institucional neste País”, concluiu.

“É o equilíbrio dos poderes que estamos vivendo? Quando eu falo que estamos vivendo uma anarquia institucional é porque não é possível que alguém que tenha apreço por democracia não entenda o momento que estamos vivendo”. E citou frase que diz ter ouvido de um catedrático professor da USP: “a divisão dos três Poderes não foi feita para dar governabilidade a governo de ninguém; foi feita para evitar um superpoder. E nós, hoje, estamos vivendo uma situação em que se desmoraliza o Poder Executivo, avacalha-se com o Legislativo”.

Em seu discurso, Jorge Viana defendeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O Presidente Lula foi quase uma unanimidade nacional, uma referência para o mundo, mudou este País, gerou 20 milhões de empregos, fez brasileiro andar mundo afora orgulhoso de ser brasileiro, fez o mundo ter inveja do nosso País. Implantou o Luz para Todos para 15 milhões de pessoas que viviam na escuridão há duzentos anos”, enfatizou, lembrando dos programas sociais implementados pelo Partido dos Trabalhadores. “Foi o Presidente que mais criou universidades públicas neste País. O Presidente Lula, que era cantado em verso e prosa como o grande líder nacional, agora é desprezado por aqueles que o elogiavam. Mas a história há de registrar”, acredita.

O senador fez questão de mencionar as inegáveis conquistas dos governos Lula e Dilma: “Foi o nosso Governo, o Governo do PT, do Presidente Lula que tirou o Brasil do mapa da fome. Reconhecido pela FAO, reconhecido pelas Nações Unidas. E é esse Governo, é esse Presidente que é satanizado pela oposição. Isso tem muito de ingratidão. Isso tem até traição. Tem gente da sociedade nossa que adora uma traição, mas tem horror ao traidor”.
Jorge Viana reclamou da oposição que diz que o Brasil de Dilma “é um caos” e pediu: “Parem para pensar, reflitam um pouco”. “Quando nós assumimos o Governo, o risco Brasil era de 1.400%, agora é de 400%”, comparou. “Querem falar da taxa de juros? Era de 23%. Vi um Senador, hoje aqui na tribuna, dizendo que nós temos os juros maiores do mundo. É mentira!”, enfatizou.
E concluiu, dizendo: “O Senado está escrevendo uma das páginas mais tristes dos seus 190 anos”.
Veja na íntegra:


Por Luana Spinillo, da Agência PT de Notícias