Governadores de 12 estados participaram, na tarde desta terça-feira (6), de reunião com a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para discutir o uso emergencial da vacina russa Sputnik V. O imunizante, que já foi aprovado para uso em mais de 50 países, foi negociado diretamente pelo Consórcio de governadores do Nordeste, com o apoio de gestores do Norte, junto ao Fundo Soberano Russo. Os governadores já garantiram 37 milhões de doses da vacina.
Ao final da reunião, o coordenador do Fórum de governadores Wellington Dias considerou que houve avanços nas articulações para a chegada da vacina ao Brasil. “Tivemos uma separação, são dois processos, um processo que trata de um pedido para a vacina Sputnik ser aprovada de forma emergencial, liderado pela União Química, e que tem nosso apoio”, explicou Dias.
“E há o pedido da vacina comprada pelos estados para uso no Brasil inteiro, com o Ministério da Saúde”, disse o governador. Dias afirmou que esse pedido deve ser tratado com base na lei que permite uma autorização excepcional. “Essa autorização tem um prazo de sete dias úteis ou nove dias corridos”, informou o governador.
Nesta quarta-feira (7), o governadores voltarão a tratar do tema da autorização excepcional. Segundo Wellington Dias, a expectativa é de que os governadores tenham em mãos a autorização excepcional no início da próxima semana, “para a licença de importação da Sputnik para uso no Brasil, para uso de todos os brasileiros”.
Incentivo de Lula
No final do ano passado, o presidente Lula manteve reunião com o representante do Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF), responsável pelo financiamento do desenvolvimento da vacina Sputnik. De acordo com informação da jornalista Bela Megale, de O Globo, em 12 de março, ocorreu por meio de videoconferência, com Kirill Dmitriev, diretor do RDIF. O encontro também contou com participação dos ex-ministros da Saúde, nos governos do PT, José Gomes Temporão, Alexandre Padilha e Arthur Chioro.
“Foi uma conversa importante, porque abriu a relação do fundo russo com o Consórcio do Nordeste. Destacamos que o interesse pelo volume de vacinas era maior e envolvia vários estados brasileiros. Isso fortaleceu o acordo de milhões de vacinas firmado com os estados do Nordeste”, explicou Padilha à jornalista. Ele contou também que Lula “foi um super incentivador” das conversas sobre a Sputnik V e destacou a necessidade de trazer para o Brasil “vacina boa, segura, eficaz”.
Da Redação