Após as manifestações ocorridas no Chile em outubro do ano passado, um total de 5.084 pessoas foram criminalizadas por diferentes acusações. Dessas, 648 foram presas preventivamente e outras 725 foram condenadas, em sua maioria sem adequadas condições de defesa. Até novembro, havia mais de 4.600 processos abertos contra as forças de segurança por violação aos direitos humanos, das quais apenas 75 resultaram em punição dos responsáveis.
Diante disso, o governo de Sebastián Piñera insiste em tratar os compatriotas como prisioneiros políticos. “Quem comete um delito violento tem que assumir suas responsabilidades e consequências”, afirmou o presidente chileno. Os protestos de outubro de 2019 resultaram na vitória da oposição no plebiscito que aprovou a convocação de uma nova constituinte no país.
A oposição parlamentar, por sua vez, apresentou um projeto de acordo para indultar as pessoas presas durante os protestos de outubro de 2019. Já o movimento sindical e popular mantém a mobilização, desde então, em defesa dos presos, exigindo a liberdade de todos os acusados. A Confederação de Sindicatos Bancários e Afins lançou a campanha internacional pela libertação dos “presos políticos por la revuelta“.
Na divulgação da campanha, a entidade afirma dar início a uma campanha internacional, desde o mundo do trabalho, para exigir a liberdade dos presos. De acordo com a nota, muitos dos presos estão há mais de um ano sob prisão preventiva, contrariando as garantias legais. Além disso, a maioria dos presos não têm direito à visita de seus familiares.
De acordo com os sindicalistas, as acusações são baseadas em testemunhos das forças policiais. Os conhecidos “carabineiros” são alvos históricos de questionamentos por envolvimento com falsificação de provas contra pessoas inocentes. A atuação das forças policiais chilenas remonta ao período do ditador Augusto Pinochet e consta de inúmeras denúncias em fóruns internacionais de direitos humanos.
Da Redação com DW