A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Ministério de Minas e Energia (MME) e vencedores ainda comemoram o sucesso do Leilão 5/2015 que vai gerar 7,5 mil vagas de empregos diretos na construção e implantação de quase dois mil quilômetros de linhas de transmissão de energia no país.
O leilão foi realizado nessa quarta-feira (18) pela Aneel na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa) e assegurou ao governo federal investimentos privados de R$ 3,5 bilhões para ampliação e interligação da rede nacional de linhões de transporte de energia.
Os vencedores foram o Consórcio TCL, que arrematou a concessão do Lote A, o maior do leilão; a estatal paranaense Copel (lote E); a Cel Engenharia em parceria com a estatal goiana Celg (lote L), e a Planova (lote G). O critério para escolha do vencedor de cada lote foi a melhor oferta de investimento aos projetos sob licitação.
Mesmo ficando sem propostas para oito dos 12 itens licitados, o resultado mereceu comemoração. O diretor da agência, José Jurhora Júnior exaltou o negócio, ao lembrar a atual fragilidade econômica global, a retração internacional nos negócios e seus reflexos no país para.
Ele falou com a imprensa após o término da operação, como registrado pelo portal “Canal Energia”, noticioso especializado no setor.
“À primeira impressão, parece que foi um leilão sem muito sucesso… Muito pelo contrário. Entendemos que foi um sucesso porque com esse leilão alcançamos a marca de R$ 13,5 bilhões de contratos (em transmissão) só este ano. Se observarem o cenário econômico do país e do mundo, acho que tivemos bastante sucesso na contratação”, ressaltou Jurhosa Junior.
O secretário-adjunto do Ministério de Minas e Energia, Moacir Carlos Bertol, aderiu à manifestação do diretor. “A gente contratar um investimento de R$ 3,5 bilhões para uma proposta de R$ 7,5 bilhões (considerados todos os lotes) já é um resultado que agrada”, observou.
“Obviamente que existe a necessidade para o setor elétrico da entrada em operação de todos os lotes nos prazos estabelecidos, até pela necessidade do planejamento. Mas por outro lado, o resultado foi considerado um valor expressivo”.
Jaime Llopis, do grupo espanhol ACS Industrial, falou em nome do Consórcio TCL. Ele destacou que a decisão do investimento reflete “a segurança e a transparência como os processos são desenvolvidos no setor de energia” brasileiro. “Acreditamos que esse momento é também de oportunidades”, acentuou.
Para Sergio Facchini, presidente do conselho da Planova, “dadas as circunstâncias e as condições econômicas do país, se formos analisar friamente esse leilão, foi um grande sucesso”.
– “Nas condições atuais, ter um pessoal com vontade de investir R$ 3,5 bilhões, temos que tirar o chapéu”, congratulou-se.
Célio de Oliveira, presidente da Cel Engenharia, apontou o resultado do leilão como uma amostragem do interesse das empresas médias brasileiras no mercado de energia.
– “Precisamos olhar o Brasil de uma forma diferente, de que nosso país é muito bom e que nossos empresários são competentes. Precisamos de uma injeção de positivismo”, criticou.
O superintendente de Negócios da Copel GT, José Bubniak, sugeriu ao empresariado a mudar o ponto de vista em relação ao Brasil. Para ele, é preciso mais otimismo.
– “O pessimismo parece estar dominando o Brasil e com o pessimismo a economia tende a piorar”.
Por Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias